E o Rei Pelé abriu o verbo! No final da semana que passou o "atleta do século" disse aos jornalistas que está muito preocupado com a preparação da infraestrutura do Brasil para a próxima Copa do Mundo. Segundo ele, a preocupação do governo até agora se resume praticamente a construção e reformas de estádios, o que não é suficiente, claro. Pelé tem medo de "passar vergonha" mais tarde, em 2014, uma vez que ele mesmo empenhou o seu prestígio internacional para que o Brasil fosse escolhido para sediar o torneio de futebol mais importante do mundo.
Na verdade, cá pra nós, o que foi dito não é surpresa nem novidade pra ninguém. Trata-se de uma coisa óbvia, daquelas que "saltam aos olhos", como a gente falava antigamente. Basta visitar as grandes capitais e as maiores cidades brasileiras para perceber que não existem grandes obras em andamento. Vou citar apenas uns poucos exemplos, exemplos bem básicos mesmo. Quantos hospitais públicos estão sendo construídos na sua cidade neste momento? Quais são os aeroportos brasileiros que já foram licitados e devem começar a ser construídos ou ampliados, digamos, nos próximos seis meses? Quantas avenidas, corredores de tráfego, viadutos, etc já sairam do papel?
Nossos aeroportos são provincianos, nossas estradas são ruins, nosso sistema de transporte público é uma bela porcaria, nossa rede pública de saúde é uma droga,... e por aí vai! E tudo isso não é só por falta de dinheiro, mas sobretudo por falta de competência e de responsabilidade no trato da coisa pública. A desgraça da buRRocracia aliada às práticas seculares de corrupção impedem, atravancam qualquer desejo de mudança. Faltam projetos, e quando os temos a máquina do governo faz tudo para que as coisas não andem ou andem de forma extremamente lenta, quase parando... Isto sem contar com o superfaturamento das obras, denuncias de roubalheira, etc...
Tudo neste mundo está mudando a cada segundo. As novas tecnologias se encarregam de fazer a máquina girar cada vez mais rápido e de maneira mais eficiente. Mas aqui neste pedaço do planeta, no "país tropical" em que tivemos a graça de nascer, o serviço público continua com os mesmos vícios do século XVIII (para sermos bem generosos...). Competencia, produtividade, programa de metas, avaliação constante, etc. são palavras que nunca fizeram parte do dicionário estatal.
Pelé meu caro amigo, não se preocupe, voce não vai passar vergonha sozinho não! Junto com voce estaremos todos nós brasileiros!
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