Final de semana chegando... então vamos aliviar um pouco. Hoje o tema é menos azedo, embora grave. Quando eu era menino (e isso já faz um tempinho...), na minha querida "Escola Castro Alves", em Salvador, Bahia, todos os dias de manhã eu lia o o início do belo poema de Olavo Bilac escrito em letras de latão: "Ah! Bendito o que semeia livros, livros a mão cheia, e deixa o povo pensar! O livro que cai na alma é germe que faz a palma, é chuva que enche o mar!" Este foi o único poema, aliás, parte de um poema, que eu consegui gravar e guardar para toda vida.
Aqui em Brasília existe uma associação que coloca dezenas de livros usados em cada ponto de ônibus. As pessoas pegam e levam pra casa, sem burocracia alguma. Com certeza algumas pessoas pegam e jogam no lixo, mas haverá outras que pousarão seus olhos sobre estes escritos, ainda que seja por breve tempo. O acervo é variado. São romances, poesias, enciclopédias, e sobretudo livros didáticos. Trata-se do "Açougue Cultural" e me parece que não tem ligação com nenhum governo ou qualquer apoio oficial. Não sei a razão deste nome, mas acho que o "açougue" não deixa de ser uma boa iniciativa num país onde se lê tão pouco!
Livro no Brasil ainda é produto de luxo, privilégio das elites. O governo impõe impostos e taxas que encarecem o produto editorial. Isto sem contar com o pagamento de direitos autorais, lucros às vezes exorbitantes das editoras, etc. Tudo conspira contra a leitura. Basta ver que o numero de livrarias no Brasil é ainda insignificante e a quantidade de publicações efetivamente lidas anualmente por habitante perde para vários outros países da América Latina. Somos um povo sem leitura! Bebemos demais, falamos demais (via celular especialmente), festejamos demais, e as "letras" ficam pra depois...
Livro no Brasil ainda é produto de luxo, privilégio das elites. O governo impõe impostos e taxas que encarecem o produto editorial. Isto sem contar com o pagamento de direitos autorais, lucros às vezes exorbitantes das editoras, etc. Tudo conspira contra a leitura. Basta ver que o numero de livrarias no Brasil é ainda insignificante e a quantidade de publicações efetivamente lidas anualmente por habitante perde para vários outros países da América Latina. Somos um povo sem leitura! Bebemos demais, falamos demais (via celular especialmente), festejamos demais, e as "letras" ficam pra depois...
Se de fato nossos políticos e governantes de todas as esferas estivessem interessados em melhorar o nível cultural da população, anulariam ou pelo menos diminuiriam drasticamente os impostos, facilitariam tudo o que estive relacionado a produção editorial, e colocariam nas mãos do povo -e não só dos alunos matriculados em escolas públicas, como é o caso do livro didático- milhões de livros, como água mineral que se vende baratinho em qualquer esquina.
Quem me dera algum dia ver o meu país entupido de livros! Livros nos pontos de ônibus, em cada esquina, nas mercearias, nos açougues, nos botecos, nas igrejas, nos hospitais, "livros, livros, livros à mão cheia!" para que o povo pudesse finalmente pensar! Não é justamente disso que precisamos agora?
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