Terminou bem tarde da noite a votação do salário mínimo (SM = "Salário de Miséria") no Senado Federal aqui em Brasília. E deu o que tinha que dar: vitória tranquila do governo. Suas excelências discursaram bastante mas tudo não passou de uma grande encenação, encenação de uma ópera bufa, uma comédia vergonhosa. E o povo brasileiro mais uma vez na platéia, assistindo calado. Agora Dona Dilma vai assinar o decreto e por certo nosso destino continuará incerto!... (ops!)
No entanto, o que me irrita neste momento não é isto. O que me deixa chateado é saber que o ano já começou, os dias vão passando e não se vê a cara, muito menos o grito, das oposições neste país. Ontem a noite alguns senadores do PSDB até que tentaram protestar, mas não se sabe exatamente o que esses senhores articularam pelos corredores. Existem muitíssimos interesses escondidos por detrás desses homens de paletó e gravata... A verdade verdadeira é que o Brasil vive uma espécie de "período conformista", uma onda de marasmo (será covardia?) nas hostes (ops!) oposicionistas. Pelo que se sabe, o PSDB a algum tempo não vive bem internamente. As divisões "intra-muros" são do conhecimento público. Existe uma briga violenta entre a turma de São Paulo (leia-se José Serra, FHC, etc.) e a galera do Aécio Neves. SP contra MG, o café contra o leite... !
E enquanto eles se degladiam, o PT=PMDB sorri e agradece.
Confesso a voces que tenho saudade do velho PT, da velha CUT, dos bons tempos das passeatas de protesto, das grandes mobilizações populares que enchiam as ruas do meu país. A gente sofria, a gente ralava mas pelo menos gritava e às vezes a "voz rouca das ruas" era ouvida pelo pessoal do andar de cima. Hoje está tudo muito quieto, quieto demais pro meu gosto!. O povão continua sofrendo, continua ralando, mas em silêncio. Será o "Bolsa Família" a causa desse fenômeno?
Nos contentamos com tão pouco?
Governo sem oposição forte não é governo, é ensaio de ditadura! Queira Deus não tenhamos que experimentar o seu gosto amargo novamente. Além do mais, toda unanimidade é burra, dizia o velho e sábio Nelsom Rodrigues. Quando tudo parece bem, está na hora de questionar. Quem nada nem nunca questiona, já morreu e esqueceu de deitar!...
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