terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

IRMÃ DOROTY

Agora em fevereiro celebramos entre  saudades e alegrias um ano da morte da Irmã Doroty Stang, missionária católica que foi covardemente assassinada na Amazônia por defender o direito à terra. Ela era norte-americana, mas ao contrário de muitos conterrâneos seu objetivo ao vir para o Brasil não foi  o de ganhar dinheiro e sim o de ajudar o povo empobrecido nas lutas em defesa da terra e da vida. 
Irmã Doroty, mesmo a idade já meio avançada, podendo inclusive pensar em pedir a sua aposentadoria, nunca se queixou do cansaço e trabalhou dia e noite para que as comunidades pudessem ter aceso a terra e dela cuidassem com carinho e atenção. O trabalho, o esforço, o objetivo desta religiosa não era somente que o povo tivesse um pedaço de chão para plantar e viver. Ela enxergava muito além disso! Doroty sabia que uma ocupação indiscriminada da floresta não poderia trazer benefícios, muito pelo contrário. Mesmo sem ser uma técnica, a freira estava convencida de que a ocupação deveria acontecer de forma planejada e inteligente para que as atividades de exploração da terra não prejudicassem o futuro da floresta e do planeta também. O conceito de "auto-sustentabilidade" era uma palavra de ordem para ela. Neste sentido ela dedicou vários anos de trabalho na tarefa árdua e paciente de tentar educar as comunidades.
No momento em que boa parte da imprensa e até mesmo alguns setores do governo tentam desprestigiar a Igreja Católica, é bom lembrar a Ir Doroty. Se a Igreja, como se sabe, é ao mesmo tempo santa e pecadora, temos certeza de que Doroty ficou com a primeira opção. E não apenas ela, mas também as centenas de bispos, religiosas, padres, freiras, agentes de pastoral, etc que dedicaram e ainda dedicam as suas vidas em defesa da dignidade do povo mais empobrecido deste país. Quantos missionários e missionários católicos foram mortos pelo latifúndio no interior do Brasil? Quanto sangue já foi derramado para que o povo brasileiro tenha "vida, e vida em abundância", como queria Jesus?
Lembrar a Ir Doroty nos traz saudades, mas ao mesmo tempo nos sentimos alegres porque sabemos que o seu trabalho, as suas intuições, as suas lutas não foram em vão. Tudo isso vai ficar como semente plantada no chão duro da terra amazônica, à espera de um dia poder brotar em forma de justiça, de paz e de pão para todos os pobres!

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