segunda-feira, 23 de maio de 2011

O FRIO-QUENTE DE BRASÍLIA

A semana começa gelada aqui em Brasília (14 graus às 6 da matina). Mas no Palácio do Planalto parece que o clima ao longo dos próximos dias, ao contrário, vai esquentar. A questão do súbito, e até agora inexplicável, enriquecimento do Ministro Antonio Palocci continua preocupando Dona Dilma que decidiu convocar o seu conselho político. Ao que tudo indica, a Presidenta vai chamar para si a tarefa de tentar salvar o ministro, se é que isto ainda é possível. Na opinião dos analistas mais experientes, a cabeça do Palocci será cortada dentro em breve, uma vez que a repercussão do caso poderia de alguma maneira sujar a imagem do governo, um governo que mal começou e já enfrenta problemas de ordem ética nas suas entranhas. Se fosse um ministro, digamos, de segunda linha, tudo bem. Acontece que estamos falando do Ministro da Casa Civil, o principal articulador do esquema PT=PMDB.
Enquanto isso, os jornais publicam que a distância entre ricos e pobres no Distrito Federal é a maior do Brasil. Por aqui nem o "Bolsa-esmola", quero dizer, o "Bolsa-família", conseguiu frear ou amenizar a separação de classe que ao longo da nossa história pátria vem acontecendo. De fato, quem conhece Brasília sabe que existem duas cidades, o chamado "Plano-piloto" com a região dos lagos e suas mansões e o "entorno", as cidades-satélites onde vive (sobrevive, finge que vive...) o povão. De um lado os servidores(as)  públicos graduados(as), especialmente os(as) funcionários(as) dos três poderes e empresas estatais que ganham muito bem. Do outro, a patuléia, a plebe rude, gente sem qualificação, nordestinos em sua grande maioria (pra variar...). É por essas e outras que Brasília, quero crer, é a imagem verdadeira do Brasil. Aqui se encontra refletido o que realmente acontece no país inteiro e que a propaganda oficial não mostra.
E por falar em Brasilia, a Deputada Federal Jaqueline Roriz, filha do ex-governador do DF, o mafioso Joaquim Roriz, metida em  inúmeros escândalos de corrupção, foi para os EEUU descansar um pouco. A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, a qual a supra citada parlamentar deve explicações, pode esperar... A partir desse fato concluo o seguinte: as elites brasileiras, ou pelo menos a sua maior parte, tradicionalmente vinculadas à corrupção endêmica que assola o país, não dão a mínima importância a esse negócio de ética, correção, honestidade, transparência, etc. Esta gente rica está "se lixando" para nós os mortais, os pobres pagadores de impostos, por acaso seus eleitores também.

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