Eu sempre acreditei no seguinte: quando a gente administra um dinheiro que não é nosso, isto é, não é pessoal, faz-se necessário prestar contas regularmente ao seu legítimo dono. As normas básicas que regem o comportamento ético, creio eu, dizem a mesma coisa. Ou será que me enganei? Ou quem sabe os tempos modernos "modernizaram" para pior estas regras?
Faço hoje este pequeno comentário a propósito da (boa) notícia de que finalmente, depois de 11 anos (eu disse ONZE anos), o TCU, Tribunal de Contas da União, vai fiscalizar as contas das embaixadas e representações brasileiras no exterior. Sim, meu amigo e minha amiga, suas excelências não prestam contas do dinheiro, daquele dinheiro suado que nós, pobres mortais, pagamos na forma de impostos até na caixa de fósforos que compramos ou na passagem daquele ônibus miserável que temos que usar todo santo dia.
Segundo a ONG "Contas Brasil", depois de muito esforço, o Ministério das Relações Exteriores mandou que algumas embaixadas fizessem uma prestação de contas regular. Entretanto, pasmem os senhores e as senhoras, o numero não chega nem a 10% do total de embaixadas e demais representações diplomáticas que o Brasil possui atualmente. Resumo da ópera (melhor seria, do filme pornográfico !...) a gastança diplomática não tem freios nem limites. Festas, banquetes, queijos e vinhos, caviar e champanhe da melhor qualidade, viagens, recepções, beija-mãos, etc. custam muito caro, afinal!
Aos poucos, então, vou me convencendo de que o problema da sem-vergonhice brasileira já virou uma epidemia. A falta de caráter e de vergonha se alastram feito doença por todos os setores da vida pública neste país. É claro que se os detentores do poder, as pessoas que ocupam cargos de alta relevância na política e na administração pública, e até mesmo, como é o caso do Itamaraty, de quem nos representa mundo a fora, não nos servem de bom exemplo, o que fazer? A esculhambação é geral, ampla e irrestrita!
Sem dúvida nenhuma é lamentável que uma instituição secular como o Itamaraty esteja metida em coisas como essa. Os senhores embaixadores e todos os nossos respeitáveis diplomatas têm o dever de prestar contas do dinheiro público, como servidores do povo que são. Isso não diminui em nada a sua honra, pelo contrário, só enobrece uma carreira que por sí só já é tão nobre!
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