terça-feira, 31 de maio de 2011

FALATÓRIO MENTIROSO

       Acordo bem cedo e ligo o rádio para ouvir as últimas notícias, que pra mim são, na verdade, as primeiras do dia. Ouço, então, indignado, as declarações dos senhores ministros do governo da Dona Dilma ao término da "reunião de emergência", convocada por ela para tratar da questão da violência no campo. O país ainda está chocado com a morte, poucos dias atrás, de quatro pessoas ligadas a luta em defesa do meio-ambiente no sul do Pará e isso provoca uma reação internacional que é muito ruim para a imagem do Brasil lá fora. 
       Ora vejam bem, a primeira constatação que se faz é esta: o governo só reage quando a grande mídia martela em cima da notícia. Em seguida ao escândalo, algumas providencias são tomadas, sempre como o maior estardalhaço possível para dar bastante visibilidade. Verbas e mais verbas são liberadas (de boca) e a Polícia Federal é acionada. Governadores se unem ao Presidente(a) de plantão e prometem combater duramente a violência em seus estados. Moral da história, depois de algum tempo (não muito) a mídia se esquece de cobrar, o povo se ocupa de outros escândalos, pois escândalos é o que não falta nesse Brasil nosso de cada dia, e tudo continua como antes e com sempre foi.
      Meu Deus, as mortes anunciadas são muito bem conhecidas das autoridades. A CPT, Comissão Pastoral da Terra, organismo não governamental ligado a Igreja Católica, tem listas e mais listas com nomes de pessoas marcadas para morrer. Isso não é novidade não! Novidade seria se as autoridades deixassem de lado a demagogia e tomassem alguma providência séria para proteger essas vidas humanas. Novidade seria constatar que esse governo está fazendo algo diferente do que fizeram tantos outros, ou seja, um programa efetivo de proteção ao meio-ambiente a partir de políticas públicas coerentes e corajosas. 
     O novo código florestal, que ao cidadão comum parece inofensivo, desmente o falatório mentiroso dos nossos políticos e governantes. Não, definitivamente não vamos proteger a Amazônia, vamos privilegiar o agronegócio, os madereiros e suas máfias. Em consequência dessa postura, dessa verdadeira opção política, teremos mais mortes no campo com certeza. E com certeza teremos também, depois de cada assassinato ou tragédia, mais discursos bonitos e promessas mirabolantes, que outra vez, mais uma vez, não serão cumpridas.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

CAMPO DE SANGUE

Nesta segunda feira, aqui em Brasília, Dona Dilma mandou que se fizesse uma "reunião de emergencia" no Palácio do Planalto para discutir a questão da violencia no campo. Ainda repercute em todo o país o brutal assassinato de um casal de ambientalistas no sul do Pará. Aliás, foram quatro mortes em uma semana! E o motivo já se sabe, é a guerra da madeira. Esta atividade, ilegal na maioria dos casos, promove o clima de terror na Amazonia faz muito tempo, muito tempo mesmo. São quadrilhas poderosas, cheias de dinheiro (e de armas...), agindo quase sempre com o apoio de prefeitos, deputados, vereadores, delegados de polícia, gente do IBAMA e enfim toda a máquina estatal que deveria proteger o meo ambiente e o cidadão.  
Quem ja viveu no Pará sabe muito bem do que estamos falando aqui. A sensação de impunidade é tão comum que já nem se fala mais. E a polícia é uma piada (de péssimo gosto...) porque nunca fez nada para honrar o seu papel. Aliás, chamar a polícia é perda de tempo. Semana passada, inclusive, um delegado teve a cara de pau de dizer que "não sabia de nada"... que o casal assassinado nunca tinha prestado queixa nem reclamado das ameaças que estava sofrendo. Acho que esse policial aprendeu com o nosso guru Lula da Silva, qu na hora do aperto se fingia de morto... como se inocente fosse.
A história vai se repetir mais uma vez. O governo bota a Polícia Federal no caso, os políticos fazem mil e uma declarações, e a violencia vai continuar imperando no Pará e no resto da Amazonia. A lei da selva é cruel e se fortalece com a impunidade. No maximo agora vão prender os matadores. Talvez consigam botar na prisão por alguns dias os mandantes do crime porque logo os seus advogados vão conseguir comprar uma LIMINAR ou habeas-corpus. Na melhor das hipóteses o julgamento se dará daqui a uma meia duzia de anos, quando o crime já não estará ocupando as páginas principais dos nosso jornais. Enfim, tudo continuará como antes, ou seja, a floresta sendo destruida, lideranças sendo sacrificadas, políticos se elegendo, e a "paz" reinando no Brasil, ao menos na propaganda oficial do governo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

ISSO VAI DAR EM M.... NOVAMENTE !

Final de semana chegando... e o sofrimento dos professores continua. Cerca de 20 milhões de crianças e jovens estão sem aula em quase metade dos estados do país. Aliás, todo ano é a mesma coisa. Primeiro passo: os sindicatos de professores reclamam, paralisam as atividades escolares, fazem protestos de todo tipo e tamanho. Segundo passo: depois de muita pressão (e prejuízo para os alunos), os governos estaduais e municipais cedem um pouco e mandam reajustar os salários, que na prática continuam pequenos demais, uma miséria mesmo. Aí é só esperar mais um ano e a mesma novela se repetirá com certeza. A falta de sensibilidade política parece que aumenta a cada ano (e a cada greve...). Não existem projetos de médio e longo prazo que de fato venham a melhorar nossos níveis educacionais. Faltam políticas de valorização efetiva dos nossos professores e os governos tentam fazer emendas e arranjos, improvisações que, todo mundo sabe, não vão dar em nada. Digo melhor, vão dar em m.... ! Ou como se diz na Bahia: "não vão dar em p... nenhuma !"
Essa tecla é tão batida que às vezes me cansa. Isso já está enchendo o saco mesmo! Pôxa vida! Rios de tinta já correram e milhões de discursos já foram feitos para tentar justificar o por quê da necessidade de se investir mais e melhor na educação deste país. Mas ao que tudo indica, os nossos governantes não deram, não dão e (Deus é mais!) nunca darão a menor importância. Os políticos fingem que querem resolver o assunto, prometem mundos e fundos e vão enrrolando, "empurrando com a barriga" até Deus sabe quando. Como diria o velho jornalista Boris Casoy "Isto é uma vergonha!".
Mas eu não queria, juro que não queria, terminar a semana assim como que meio pessimista. E para delírio dos petistas inveterados, vou fazer um elogio a Dona Dilma, que esta semana mandou sustar a distribuição do material de propaganda anti-homofóbica preparado pelo loby (fortíssimo) dos movimentos homossexuais e bancado com o nosso dinheiro. É certo que houve muita pressão, e até ameaça de retaliação no Congresso por parte da bancada evangélica, mas mesmo assim acredito que a Presidenta precisou armar-se de coragem para não ceder a galera do arco-iris.... E o chamado "Kit Gay" dessa vez ficou no armário! 
Aproveitem muito bem o final de semana!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A ESCULHAMBAÇÃO NA DIPLOMACIA

Eu sempre acreditei no seguinte: quando a gente administra um dinheiro que não é nosso, isto é, não é pessoal, faz-se necessário prestar contas regularmente ao seu legítimo dono. As normas básicas que regem o comportamento ético, creio eu, dizem a mesma coisa. Ou será que me enganei? Ou quem sabe os tempos modernos "modernizaram" para pior estas regras?
Faço hoje este pequeno comentário a propósito da (boa) notícia de que finalmente, depois de 11 anos (eu disse ONZE anos), o TCU, Tribunal de Contas da União, vai fiscalizar as contas das embaixadas e representações brasileiras no exterior. Sim, meu amigo e minha amiga, suas excelências não prestam contas do dinheiro, daquele dinheiro suado que nós, pobres mortais, pagamos na forma de impostos até na caixa de fósforos que compramos ou na passagem daquele ônibus miserável que temos que usar todo santo dia.
Segundo a ONG "Contas Brasil", depois de muito esforço, o Ministério das Relações Exteriores mandou que algumas embaixadas fizessem uma  prestação de contas regular.  Entretanto, pasmem os senhores e as senhoras, o numero não chega nem a 10% do total de embaixadas e demais representações diplomáticas que o Brasil possui atualmente. Resumo da ópera (melhor seria, do filme pornográfico !...) a gastança diplomática não tem freios nem limites. Festas, banquetes, queijos e vinhos, caviar e champanhe da melhor qualidade, viagens, recepções, beija-mãos, etc. custam muito caro, afinal!
Aos poucos, então, vou me convencendo de que o problema da sem-vergonhice brasileira já virou uma epidemia. A falta de caráter e de vergonha se alastram feito doença por todos os setores da vida pública neste país. É claro que se os detentores do poder, as pessoas que ocupam cargos de alta relevância na política e na administração pública, e até mesmo, como é o caso do Itamaraty, de quem nos representa mundo a fora, não nos servem de bom exemplo, o que fazer? A esculhambação é geral, ampla e irrestrita! 
Sem dúvida nenhuma é lamentável que uma instituição secular como o Itamaraty esteja metida em coisas como essa. Os senhores embaixadores e todos os nossos respeitáveis diplomatas têm o dever de prestar contas do dinheiro público, como servidores do povo que são. Isso não diminui em nada a sua honra, pelo contrário, só enobrece uma carreira que por sí só já é tão nobre!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O QUE É QUE ISSO COMPANHEIRO ?

Eu nunca falei, mas hoje vou falar sobre o código florestal, o novo, esse que tanta confusão tem provocado na classe política e tanta dor de cabeça tem dado a nossa amada Presidenta, Dona Dilma. Não falei mas escutei, escutei depoimentos de gente especializada no assunto e também de pessoas que por ele nunca se interessaram. O código está em discussão não é de hoje. E muitos interesses econômicos, claro, estão em jogo. A lei ambiental diz respeito a uma parcela importantíssima da elite brasileira, o chamado "agronegócio", que fatura milhões de dólares por ano. Não é a tôa que a pauta de exportações brasileiras se concentra principalmente nas "comodites", isto é, nos produtos agrícolas como soja, café, suco de laranja, milho, algodão, etc. O Brasil, afinal, é um dos maiores fornecedores de comida do planeta.
Dentre outras coisas, o que mais preocupa os ambientalistas e grupos de defesa do meio-ambiente, com toda razão, aliás, é a transferência da faculdade de conceder as tais das "licenças ambientais" do Governo Federal para os estados. Isso é o mesmo que entregar o galinheiro para as raposas tomarem de conta. Sim, porque todo mundo sabe que é justamente nos estados, especialmente nos estados da Região Norte do país, que os latifundiários, os barões da terra, os grandes grupos do agronegócio, os "desmatadores" por excelência, possuem um maior poder de manobra. Longe do controle federal, que bem ou mal, sempre foi mais eficiente neste aspecto, o que farão os ruralistas? A resposta é simples: farão alianças e mais alianças, conchavos e mais conchavos, corrompendo, como sempre fizeram, governadores, deputados, executivos dos orgãos de fiscalização local, etc. É uma verdadeira "crônica do desastre anunciado". Quem viver verá!
Para finalizar, quero registrar o fato de que o relator do projeto do novo código florestal, o Deputado Aldo Rabelo, nada mais fez do que expressar o pensamento das elites ruralistas. Seu relatório final foi uma verdadeira benção para as essas elites inimigas do meio-ambiente. Acho que nem a Deputada Kátia Abreu, porta-voz do latifúndio brasileiro, teria feito melhor! Pôxa, logo ele que sempre foi um homem de esquerda? Como diria o Fernando Gabeira: "O que é que isso companheiro?" E eu mesmo me arrisco na  resposta: é a força do dinheiro companheiro!

terça-feira, 24 de maio de 2011

A PRIVATIZAÇÃO DO PUBLICO

             Antes de chegar ao meu local de trabalho, na manhã desta terça feira, passo numa banca de jornal e leio a manchete de "O Globo" em letras garrafais: "PRINCIPAL ASSESSOR DE PALOCCI É DONO DE CONSULTORIA PRIVADA". Então me peguei a pensar nessa coisa da relação público-privado no Brasil.  Aí, "sem querer querendo" (!), me pus a refletir sobre esses dois conceitos tão importantes para a manutenção de uma sociedade que se diz livre e democrática realmente. Afinal, o que é público e o que é privado? Até onde vão os limites entre um e outro? Quais são as possiveis interferências de um sobre o outro? De que forma as nossas autoridades, ou seja, as pessoas revestidas de poder, seja de que esfera se trate, costumam relacionar o público com o privado?
           A constatação (triste) a que eu cheguei foi a seguinte: no Brasil, quem quer que esteja no poder, ainda que seja um poder bem pequeno, um "poderzinho" qualquer (um chefe de seção, por exemplo) mistura os dois âmbitos. Em  geral não se "publiciza" o privado, mas se privatiza o público! Explico-me: nenhuma autoridade utiliza o seu carro particular para realizar alguma tarefa relativa a sua função, mas sim o contrário, quer dizer, se usa o carro oficial, com gasolina e manutenção pagas pelo bolso dos pobres contribuintes, para fins privados, como levar os filhos para a escola ou a madame ao shopping. Parece que o verdadeiro dono do automóvel não é o estado, mas sim o eventual ocupante de um cargo público. E dai seguem-se outros tantos exemplos, pequenos e grandes, desta criminosa apropriação dos bens públicos pela autoridade enquanto pessoa física, privada.
           O que acontece com o Ministro Palocci é apenas uma pequena amostra (que não é "grátis', porque somos nós que pagamos...) de uma realidade mais abrangente. Trata-se, na verdade, de uma mentalidade bem sedimentada ao longo da história desse país, a qual o PT tão somente vem dando continuidade. As chamadas "informações privilegiadas", guardadas a sete chaves pelos executivos do governo, sobretudo no campo da economia, fazem parte do patrimônio público mas são vendidas sem nenhum pudor no mercado como se privadas fossem. É claro que isso dá muito dinheiro, suficiente para fazer a riqueza desses executivos bem rapidinho. Palocci enriqueceu vinte vezes mais em apenas quatro anos? É pouco!
       A tristeza que sinto se baseia principalmente no fato de que o Partido dos Trabalhadores, que sempre empunhou a bandeira da ética na política e chamou de ladrão todo mundo, vai se afundando cada vez mais nesse mar de lama. Quem nos salvará afinal?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O FRIO-QUENTE DE BRASÍLIA

A semana começa gelada aqui em Brasília (14 graus às 6 da matina). Mas no Palácio do Planalto parece que o clima ao longo dos próximos dias, ao contrário, vai esquentar. A questão do súbito, e até agora inexplicável, enriquecimento do Ministro Antonio Palocci continua preocupando Dona Dilma que decidiu convocar o seu conselho político. Ao que tudo indica, a Presidenta vai chamar para si a tarefa de tentar salvar o ministro, se é que isto ainda é possível. Na opinião dos analistas mais experientes, a cabeça do Palocci será cortada dentro em breve, uma vez que a repercussão do caso poderia de alguma maneira sujar a imagem do governo, um governo que mal começou e já enfrenta problemas de ordem ética nas suas entranhas. Se fosse um ministro, digamos, de segunda linha, tudo bem. Acontece que estamos falando do Ministro da Casa Civil, o principal articulador do esquema PT=PMDB.
Enquanto isso, os jornais publicam que a distância entre ricos e pobres no Distrito Federal é a maior do Brasil. Por aqui nem o "Bolsa-esmola", quero dizer, o "Bolsa-família", conseguiu frear ou amenizar a separação de classe que ao longo da nossa história pátria vem acontecendo. De fato, quem conhece Brasília sabe que existem duas cidades, o chamado "Plano-piloto" com a região dos lagos e suas mansões e o "entorno", as cidades-satélites onde vive (sobrevive, finge que vive...) o povão. De um lado os servidores(as)  públicos graduados(as), especialmente os(as) funcionários(as) dos três poderes e empresas estatais que ganham muito bem. Do outro, a patuléia, a plebe rude, gente sem qualificação, nordestinos em sua grande maioria (pra variar...). É por essas e outras que Brasília, quero crer, é a imagem verdadeira do Brasil. Aqui se encontra refletido o que realmente acontece no país inteiro e que a propaganda oficial não mostra.
E por falar em Brasilia, a Deputada Federal Jaqueline Roriz, filha do ex-governador do DF, o mafioso Joaquim Roriz, metida em  inúmeros escândalos de corrupção, foi para os EEUU descansar um pouco. A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, a qual a supra citada parlamentar deve explicações, pode esperar... A partir desse fato concluo o seguinte: as elites brasileiras, ou pelo menos a sua maior parte, tradicionalmente vinculadas à corrupção endêmica que assola o país, não dão a mínima importância a esse negócio de ética, correção, honestidade, transparência, etc. Esta gente rica está "se lixando" para nós os mortais, os pobres pagadores de impostos, por acaso seus eleitores também.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

DONA LAURA NA ACADEMIA

           Viajar todos os dias de ônibus no Brasil é triste, mas ao mesmo tempo é divertido também. Digamos que tem lá suas compensações. Ontem Dona Laura (favor não confundir com a Lady Laura do Roberto...), que trabalha na nossa casa faz muitos anos, me contou um pouco das peripécias diárias que vive. Ela mora em Planaltina de Goiás, cidade do chamado "entorno de Brasília". O povo aqui chama o ônibus de "navio negreiro", por causa do sofrimento e da humilhação que seus passageiros têm que aguentar ao ir e vir de casa pro trabalho e do trabalho pra casa, que fora isso ninguém gosta mais de sair.
       Quem não conhece a Capital Federal pode até imaginar que por aqui as coisas caminham bem. Vamos dizer, então, que caminham bem, bem mal! Lembram-se do Sr. Wagner Canhedo, aquele mesmo da VASP, que deixou milhares de ex-empregados na rua da amargura? Pois é, o WC (bem merece estas iniciais...) conseguiu afundar a VASP mas continua muito rico, já que é dono de um grande grupo, a VIPLAN, que possui várias empresas de transporte urbano no DF. Mas o detalhe é que a maioria da frota é sucateada. Dizem que ele comprou algumas dezenas de carros velhos em Goiânia,  mandou "maquiar" as carrocerias e jogou na rua como se novos fossem.
        entra a história de Dona Laura. Segundo ela, os ônibus vivem quebrando e deixando o povo no meio do tempo, com a cara de besta pra cima. Depois de enfrentar filas kilométricas (!), a pessoa, com muita sorte, algum dia consegue achar uma cadeira pra sentar. Ah que bom! Afinal, a distâncias são enormes e tudo é muito longe aqui em Brasília. Mas de acordo com o depoimento de Dona Laura, em cuja palavra confiamos plenamente, a "lata velha" sacode tanto que os bancos se transformam em cadeiras de balanço. O sujeito, é claro, tem que fazer um esforço enorme com os braços e as pernas pra não cair no chão do corredor e passar vergonha. É aí que entram as compensações de que falávamos no início desta crônica. Ora Dona Laura, se for assim tá bom! Pelo menos a senhora economiza a mensalidade da academia porque já chega em casa devidamente "malhada"! A passagem nesse ônibus devia ser até mais cara, em virtude do "bônus" oferecido pela empresa.
      Um dia a Igreja ainda vai canonizar todo esse nosso povão!
     E vamos rir minha gente, porque às vezes a vontade que temos é de chorar mesmo!.
       Bom final de semana pra todo mundo!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O VELHO TARADO E A CAMAREIRA DO HOTEL

O chefe do FMI, Fundo Monetário Internacional, renunciou ontem, quarta feira, ao cargo, um dos mais importantes do mundo. Ele foi preso quando tentava sair dos Estados Unidos, após ter atacado uma camareira do hotel onde havia se hospedado. O velho tarado continua na prisão, mesmo depois da promessa que fez de pagar a Justiça Americana uma fiança no valor de um milhão de dólares (eu disse um milhão de dólares!). O tribunal também não lhe concedeu o benefício da prisão domiciliar, ou seja, a facilidade de ficar preso em sua própria casa. 
A notícia realmente causa estranheza a qualquer cidadão brasileiro porque, de fato, estamos acostumados a ver pela televisão ou a ler nos jornais e revistas que essa ou aquela "autoridade", político, empresário, gente da elite, etc. foi presa pela  Polícia Federal e poucos dias depois conseguiu sair da prisão com um sorriso nos lábios, feliz e contente da vida! Ao grandioso espetáculo da prisão segue-se o show vergonhoso da impunidade. Logo logo a gente esquece!
Eu fico aqui "matutando" (como diria o caboclo...): e se uma coisa dessas acontecesse no Brasil? Bom, em primeiro lugar quebrariam o sigilo bancário e telefônico da camareira. Diriam que ela sempre foi uma "mulher de vida fácil", "garota de programa", etc. e que o emprego no hotel era apenas um disfarce para conseguir clientes ricos. . Ao contrário, a "autoridade' sempre foi um homem "íntegro", "probo", (ops!), "excelente pai de família" e tudo mais. Em seguida, com todas essas alegações, os advogados entrariam com um pedido de "habeas corpus", o qual seria prontamente atendido no meio da madrugada pelo primeiro juiz que fosse localizado pelas redondezas. O passo seguinte seria talvez uma liminar proibindo a imprensa de divulgar o fato e o processo correria em "segredo de justiça". Qualquer tribunal também concederia este benefício com muita facilidade. O acusado voltaria são e salvo ao seu país de origem e lá viveria feliz para sempre. O tempo iria passar, como sempre passa, e o processo seria "extinto por falta de provas". A  pobre da camareira violentada perderia o emprego no dia seguinte ou no máximo ganharia uns trocados dando entrevista exclusiva para a Rede Globo.
É por essas e outras que o Brasil é tido como o país da impunidade. Eu diria, da falta de vergonha mesmo! E quem colabora com isto é a Senhora Justiça, aquela mesma que, segundo os ministros do STF, sempre busca a "felicidade do povo"

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A SÚBITA RIQUEZA DO PALOCCI

Esse negócio do súbito enriquecimento do Ministro Antonio Palocci, braço direito da Dona Dilma, ainda promete render bastante nos próximos dias, apesar da "operação abafa" arquitetada de dentro do Palácio do Planalto, com o apoio explícito de uma tal de "Comissão de Ética da Presidência da República" organizada justamente para deixar tudo como está. Demagogia pura.
Sem dúvida é muito estranho que no Brasil alguém consiga multiplicar por vinte (1 X 20) o seu patrimônio sem ter faturado na loteria ou recebido uma gorda herança. De uma hora para outra realmente não se explica. Ora meus amigos, um apartamento de seis milhões de reais, comprado em apenas e tão somente duas parcelas, eu disse duas parcelas (!) somente os milionários, a elite da elite brasileira consegue. Mesmo os políticos mais abastados (que no Brasl não são poucos, diga-se de passagem) não têm essa facilidade toda.
Diante do fato eu me ponho a pensar nesses milhões de cidadãos e cidadãs das nossas periferias que acordam de madrugada, pegam um ônibus super-lotado (o "navio negreiro" como chamam aqui em Brasília..) e passam o dia todo "ralando", sofrendo, gemendo e chorando, comendo o pão qe o diabo amassou pra no final do mês receberem um famigerado salário mínimo, no máximo dois. A grande maioria mora de aluguel ou barracos e construções precárias, construídas Deus sabe como como! E todo mundo "pendurado" nas prestações da geladeira, do sofá da sala, da TV, disso e daquilo. O povo passa a vida pagando prestação nesse país!
A verdade é esta, ninguém fica rico de repente. Muito pelo contrário, parece que os pobres se empobrecem a cada dia que passa, apesar do governo afirmar justamente o contrario. Então o sr. Ministro tem o dever de se explicar e ponto final. Se não o fizer, a dúvida sobre sua honestidade vai ficar pairando no ar, neste ar já bastante poluído de corrupção aqui de Brasília

terça-feira, 17 de maio de 2011

NÓS VAI FICÁ ASSIM?

Acontece cada coisa neste nosso país! O Ministério da Educação, esse então vem pisando na bola faz muito tempo. Vocês se lembram das trapalhadas dos últimos ENEM' s? O Sr. Ministro balançou, balançou mas não caiu, graças ao apoio incondicional do seu amigo particular, o líder máximo do povo brasileiro, Lula da Silva. Em qualquer país mais ou menos sério o Professor Fernando Hadad já estaria fora de campo, mas no Brasil, como sempre, o sistema ao invés de punir decide premiar os incompetentes, os corruptos e afins. O partido quer que ele seja o próximo prefeito de São Paulo, é mole?
Pois muito bem. A imprensa agora traz a notícia de que um dos livros didáticos patrocinados pelo MEC e distribuídos nas escolas públicas contém erros grosseiros de Português, e ensina que o fato das pessoas, no dia-a-dia, não respeitarem a concordância verbal não tem nenhuma importância. É como se tudo aquilo que aprendemos na escola de uma hora para outra perdesse o sentido. Então, a partir de hoje, só porque nas ruas o brasileiro agride as regras básicas da língua portuguesa, teremos que adotar o mesmo comportamento. Em outras palavras: todos nós estamos liberados para continuarmos falando e escrevendo de forma errada, assassinando a língua-pátria sem ficarmos depois com algum peso na consciência. E a liberação geral vem do órgão que deveria, pelo menos em tese, defender e promover a língua e a cultura no Brasil.
Como diria minha querida vovozinha, "é o começo do fim!". Não sei, francamente não sei o que nos aguarda daqui para frente. O país, não é de hoje, se arrasta pelos últimos lugares da escala mundial que avalia os níveis de educação no mundo inteiro. Entra ano e sai ano e continuamos a oferecer aos nossos filhos e filhas uma escola cada vez mais deficitária, capenga em todos os aspectos: formação e valorização dos professores, tempo em sala de aula, formação profissional, currículos defasados, estruturas físicas e pedagógicas precárias, etc. E para completar esse quadro triste agora teremos um incentivo a mais: o ataque covarde e nojento à língua portuguesa sob as vistas de um ministro incompetente e com as bençãos de um governo populista-demagógico que, de fato, nunca esteve preocupado com a nossa educação.
E para concluir eu pergunto aos senhores: 
"Nós vai ficá assim?"

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A FESTA DA SACANAGEM BRASILEIRA

Mais uma semana começa e mais escândalos envolvendo algumas figuras, melhor dizendo, "figurões" da política brasileira surgem nas primeiras páginas das revistas e jornais. Sua excelência, o Ministro Antonio Palocci (quem diria?), multiplicou por cinco o seu patrimônio material depois que se tornou deputado federal por São Paulo. Por outro lado, o lado do PMDB, a CGU, Controladoria Geral da União, e a Polícia Federal investigam o desvio de alguns milhões de reais da FUNASA, a Fundação Nacional de Saúde, reduto do partido desde quando o nosso saudoso guru, Lula da SIlva, era Presidente da República das Bananas, quero dizer, do Brasil. O já conhecido (nas rodas policiais) Senador Gilvan Borges teria usado recursos que deveriam ser destinados a programas de saúde das populações indígenas para financiar campanhas políticas de dois irmãos seus no Amapá. Isto é o que eu chamo de "financiamento público de campanha". Antes da lei ser criada este senhor já a colocou em prática!
Agora, adivinhem o que é que vai acontecer daqui para frente? Daqui a pouco os envolvidos irão jurar por todos os anjos e santos que tudo não passa de uma sórdida perseguição política, "intriga da oposição", etc., etc. A Justiça e seus tribunais não vão fazer nada para que a justiça de fato aconteça. Enquanto isso o tempo vai passar, e tudo em breve voltará a ser como antes... Os pobres, os índios, e nós, pobres mortais, que pagamos impostos dia sim outro também, continuaremos a eleger esses canalhas.
E para completar a sacanagem geral e irrestrita que corre solta no país, o Governo do Rio de Janeiro neste final de semana fez festa para comemorar os SEIS meses, eu disse, SEIS MESES da implantação da UPP, Unidade de Polícia Pacificadora, em duas favelas da "capital fluminense" (na linguagem de antes de ontem...). Olha, sinceramente, eu nunca ouvi dizer que alguém fizesse aniversário de SEIS meses. De um ano, tudo bem, mas de SEIS meses? No meu dicionário isso tem outro nokme: demagogia, palhaçada pura!
Vamos caminhando para o final do mês de maio, e as coisas continuam indo mal nesse país. O PAC ampacou, a roubalheira aumentou, a impunidade também, mas os nossos dirigentes fazem festa. Viva a democracia lulista!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

O JOGO DO STF

Alguns ministros do STF, Supremo Tribunal Federal, ao pronunciarem os seus votos na sessão que reconheceu a união civil dos casais homossexuais, a poucos dias atrás, utilizaram o termo "felicidade". Para eles (e elas), era preciso que a mais alta câmara judiciária do país contribuísse efetivamente para fazer a "felicidade" desta minoria da população (mais uma minoria a ganhar seu espaço..).
O discurso foi aplaudido, é claro, pelas entidades de defesa da "categoria" LGBTS (traduzindo: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Simpatizantes -esta última em forte ascensão, diga-se de passagem, mas na qual, sinceramente, não sinto incluído de jeito nenhum!... Deus é mais!). De fato, as palavras de suas excelências, os homens e as mulheres da capa preta, foram muito bem redigidas e arrancaram até lágrimas de alguns assistentes. Houve até uma certa euforia. Diria que foi comovente mesmo!. Alguém que estivesse chegando ao Brasil naquele dia do julgamento e não conhecesse a história recente do Poder Judiciário (ao inocentar do crime de corrupção as grandes construtoras -empreiteiras-, por exemplo) poderia inclusive dar os parabéns a qualquer cidadão ou cidadã no meio da rua dizendo, "Pôxa, vocês têm um excelente judiciário!" Quem não conhecesse as mazelas deste poder estaria feliz da vida neste momento. Mas infelizmente nós sabemos que não é bem assim. Como se dizia antigamente "debaixo desse angu tem carne"
Que me perdoem suas excelências, mas eu não me comovo com este tipo de discurso. Com todo respeito, suas palavras bonitas, suas frases de efeito e sua retórica bem trabalhada não me convencem de jeito nenhum! Eu queria poder admirar o STF e todos os tribunais do meu país pela JUSTIÇA praticada em defesa dos mais empobrecidos, dos mais abandonados, desta gente miserável que clama por justiça e não recebe nenhuma resposta.. Eu queria aplaudir suas excelências pelo correto tratamento dado àqueles casos que envolvem os "tubarões do capital", as elites brasileiras que sempre exploraram o nosso povo.
Bem, mas talvez seja exigir demais. Com certeza é muito mais fácil e interessante "jogar para a platéia" e conquistar o aplauso de alguma minoria que esteja na pauta da grande mídia neste momento.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

CÓDIGO FLORESTAL, O FIM

           A Câmara dos Deputados parece que finalmente vai votar hoje, aqui em Brasília, o novo código florestal. Depois de muita discussão, o governo "botou o pé na parede", "engrossou o caldo", e mobilizou a sua tropa de choque para que a novela tivesse o seu último capítulo nesta quarta feira. E quando o Palácio do Planalto ordena, ninguém discorda, todos obedecem feito carneirinhos.
           O código florestal, embora o grande público desconheça o seu teor e o seu alcance, é de muita importância, tanto para o presente como principalmente para o futuro do país. Porém, ainda que o desconhecimento seja enorme, uma coisa  é sabida e bem sabida: nossas matas estão desaparecendo e os rios estão secando! As cidades estão explodindo de tão  grandes e a poluição, claro, aumentando estupidamente! Então, se quisermos deixar para os nossos netos um Brasil razoavelmente bom para se viver, é necessário cuidar do meio-ambiente.
            São complexas as relações e os interesses envolvidos nesta discussão do novo código. Ora, seríamos ingênuos se pensássemos que o agronegócio ficaria de fora, apenas como espectadores. Não, a agroindústria jogou pesado na defesa do que considera como seu interesse, afinal de contas são milhões e milhões de dólares que a classe embolsa por ano, sobretudo com a exportação das chamadas "comodittes" (soja, açúcar, milho, etc.). E nós sabemos também que os "nobres" deputados precisam de dinheiro para bancar sua eleição, que, aliás, está ficando cada vez mais cara no Brasil.
      Nesta verdadeira "queda-de-braço" entre as organizações que defendem o equilíbrio ecológico e as grandes empresas, nacionais e multinacionais, do agronegócio, quem levará a melhor? Vamos esperar pra ver. Vamos pagar pra ver! 
            O PT infelizmente abandonou antigas bandeiras nesse campo do meio-ambiente. Os petistas tornaram-se super pragmáticos, ou seja, não querem saber de muitas discussões. A meta é o desenvolvimento a qualquer custo, nem que para isso o país acabe de vez com as suas reservas florestais e o futuro se torne mais sombrio. Rezemos ao Senhor!

terça-feira, 10 de maio de 2011

O INTERESSE DAS ELITES

Diz o velho ditado que "brasileiro deixa tudo para a última hora". Com relação a Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos, previstos para acontecer em 2016, no Rio de Janeiro, o dito se confirma. Excetuando-se alguns estádios de futebol, cujas obras já começaram, não se vê nenhuma grande construção sendo erguida nesse país.
O que o grande público desconhece muitas vezes, porém, é que essa coisa de "deixar para a última hora" é de extrema importância em se tratando de fazer crescer o lucro das empreiteiras e, consequentemente, de alguns políticos e executivos do governo também. Um exemplo disso foram os Jogos Pan-americanos que aconteceram no RJ anos atrás. A obra foi orçada inicialmente em 300 milhões, mas devido aos atrasos no cronograma saltou para 3 bilhões de reais. Eu disse 3 bilhões! Agora façamos um pequeno esforço de imaginação para sabermos quanto vai custar aos cofres da "viúva" a Copa e as Olimpíadas... Continuemos a imaginar de quanto será a "comissão" a ser embolsada por essas quadrilhas que tem "prerrogativas parlamentares". E a galera dos ministérios, estão nem se fala!...
Se a minha memória não me deixa na mão mais uma vez, acredito que o assunto "empreiteiras" nunca foi discutido seriamente no Brasil. Já faz algum tempo a Câmara dos Deputados constituiu uma CPI para investigar a sua atuação, mas o resultado foi pífio (ops!), ou seja, não deu em nada. Entretanto, qualquer cidadão ou cidadã que possua ao menos 10% de massa cinzenta no cérebro, ao examinar a relação dos doadores de dinheiro para campanhas políticas descobrirá que são elas, as empreiteiras, as campeãs. É lógico que assim seja, uma vez que as grandes obras, de onde brotam minas de dinheiro, são as obras públicas. E no caminho às vezes duro e penoso para chegar a essas minas existem os "facilitadores". Como dizia minha vó, "uma mão lava a outra", nada mais natural, portanto. 
Tenho certeza de que apesar da demora o Brasil vai construir e construir muito até a chegada desses dois grandes eventos esportivos internacionais. Sim, porque existem interesses maiores nisso tudo. Os políticos, os executivos de Brasília, as elites governamentais e os empreiteiros precisam ganhar dinheiro. Com certeza não haverão de perder uma oportunidade como essa. De boba essa  gente não tem nada!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O CULPADO É O POVO !

Vou começar a semana comentando brevemente uma cena ocorrida dias atrás no Japão. Toda a diretoria da usina nuclear de joelhos, inclinando-se diante de um grupo de representantes das áreas atingidas pelos efeitos da radiação e pedindo perdão. As lideranças comunitárias apontavam o dedo para os executivos e os acusavam de negligência e de desrespeito para com os direitos da população. Embora pudessem  jogar a culpa para o fenômeno natural (o terremoto), os diretores humildemente preferiram se curvar e reconhecer o erro.
Fiquei deveras impressionado porque, de fato, a cena como que desconstrói nosso modo de pensar a autoridade. No Brasil, aliás, na cultura ocidental de um modo geral, a autoridade parece que sempre tem razão. Dificilmente alguém ousa questiona-la. Temos a impressão de que as decisões vindas "de cima" são sempre as melhores e as mais acertadas. O que é pior, a autoridade em caso de erro não o reconhece, disfarça, faz de conta que nada aconteceu de ruim e segue mandando e desmandando.
Alguém já testemunhou na história do Brasil um governante pedir perdão publicamente? Talvez seja a minha memória curta demais, mas a verdade é que eu disso não guardo lembrança alguma. Pelo contrário, depois do desastre todos os  responsáveis mostram a cara na TV ou fazem declarações muito retóricas para dizer que não são culpados de nada. Quando não empurram a responsabilidade para outras esferas do poder, simplesmente se desculpam dizendo que a culpa foi da natureza (choveu demais... fez calor de mais... etc.) ou aconteceu um "problema técnico"... e por aí vai. Ninguém se responsabiliza por nada de errado. Ao fim e ao cabo todos acabam "tirando o seu da reta"... desculpem a linguagem um tanto quanto rasteira.
O exemplo dos japoneses me comoveu, mas acho que vou morrer sem assistir coisa semelhante em minha terra. Sim, vou deixar esse mundo levando nos olhos as imagens dessa raça de gente sem vergonha que comete as maiores barbaridades e logo depois, com a cara mais "lavada", sorriem para as câmeras e se fantasiam de anjinhos pra dizer que não são culpados de nada. Aconteça o que acontecer, haja o que houver, a culpa é da vítima, o culpado será sempre o povo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

HOMEM COM HOMEM MULHER COM MULHER

A semana termina com a decisão do STF, Supremo Tribunal Federal, que reconhece a união civil entre homossexuais. De agora em diante, tanto faz um homem casar com uma mulher ou com outro homem, uma mulher casar com um homem ou com outra mulher. Para a lei brasileira hoje é tudo igual! Finalmente nos igualamos às nações "civilizadas", "modernas", "liberadas", sem preconceito, etc. e tal. No  meu tempo se dizia que "homem com homem dá lobisomem" e "mulher com mulher dá jacaré"... Mas isso já era!
O assunto, evidentemente, é mais do que polêmico, e eu não vou dar aqui a minha cara pra ninguém bater. Muito menos quero ser acusado de ser um "homofóbico". Deus me livre e guarde! Mas, apesar dessa minha prudência (!) também não pretendo associar-me aos louvores que ora são feitos aos gays, lésbicas e Cia Ltda. Não vou aplaudir nem tecer comentários elogiosos apenas para passar a imagem de uma pessoa "aberta" e "liberal". Não, eu não acho que o homossexualismo deva ser a regra geral, como se a própria natureza de repente tivesse mudado o seu jeito de ser. Contra todos os discursos da moda ("politicamente corretos", como se diz) vou continuar acreditando que a mulher foi feita para o homem e vice-versa.
Tudo bem! Reconhecer o direito que essas pessoas têm de viverem da maneira que quiserem faz parte da convivência democrático-pluralista. Não discriminar ninguém por causa das suas opções sexuais, idem. Porém, Senhores Ministros do STF, chamar de "família" a união entre pessoas do mesmo sexo é coisa muito diferente. Ou então vamos jogar fora todos os manuais de psicologia, de sociologia, de antropologia, etc. E olha que eu não falei aqui de religião! Desde quando se diz que a família é a base de toda a nossa formação? São as noções de "macho" e "fêmea" que estruturam os valores a partir da infância e que pouco a pouco vão estabelecer e consolidar a personalidade humana. O que podemos esperar de uma "família" onde esses papeis não estão definidos?
Como diziam os antigos, "o futuro a Deus pertence". Niinguém sabe ao certo o que virá a partir de agora. Talvez a sociedade se torne melhor, talvez não. Como vamos encarar este movimento que cresce a cada dia? A educação das nossas crianças precisará ser re-avaliada? O conceito de família será radicalmente alterado? Viveremos o século do lieralismo total e absoluto? Voltaremos à barbárie (osp!)?
Talvez eu não tenha mais tempo para obter essas e outras tantas respostas. Paciencia! Quem sabe isto até me sirva de consolo...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

CALA A BOCA SR. MINISTRO !

            Tem coisas que não devem ser ditas, embora possam ser pensadas, evidentemente. E quem não tem nada a acrescentar é melhor ficar calado. Abrindo a boca corremos sempre o risco de dizer "abobrinhas". Algumas pessoas, inclusive, sofrem da chamada "diarréia mental", eufemismo usado por uma questão de educação e de fineza social, digamos assim. Ou como ensina o velho dito popular: "em boca fechada não entra mosca" e outros bichos mais perigosos, acrescento eu.
             Ainda sobre a morte de Bin Laden, o nosso patriótico Ministro das Relações Exteriores, contrariando o que acima mencionamos, resolveu dar declarações à imprensa elogiando a ação militar (terrorista, por que não?) dos EUA que resultou na morte do dito cujo. O Sr. Ministro regozijou-se (ops!) com o Presidente Obama enaltecendo os "valores democráticos" que segundo ele (o Ministro) devem prevalecer de agora por diante no Oriente Médio e redondezas. É como se a morte do líder muçulmano resolvesse as questões mais do que delicadas que envolvem não apenas os dogmas religiosos de Maomé, Alá e "seja lá" o que for, mas também uma série de interesses econômicos e políticos dos quais as grandes potências, Estados  Unidos à frente, participam efetivamente.
                  Já dá pra notar que a política externa brasileira está mudando. Aquela posição meio rancorosa contra os americanos parece que vai ser deixada para trás. As declarações do diplomata "patriótico" nas entrelinhas deixa transparecer isso. Tomara, porém, que isso não signifique um recuo com relação às verdadeiras posições que precisamos ter como país soberano. Não podemos de maneira nenhuma voltar a praticar aquela política da subserviência e do puxasaquismo aplaudindo tudo o que o Tio Sam faz.
               De qualquer modo, entretanto, "para o bem (Laden) de todos e felicidade geral da nação", melhor seria ficar calado Sr. Ministro!. Suas palavras não acrescentaram absolutamente nada, e pegaram muito mal!

terça-feira, 3 de maio de 2011

O PAÍS DOS UNIVERSITARIOS

"Há seis universitários no país para cada estudante de escola técnica. Nos países desenvolvidos, a proporção é de três estudantes em universidades para cada aluno de curso profissionalizante".
Estou copiando a informação que foi publicada ontem dia 02 de maio, pela "Folha de São Paulo", em um dos seus editoriais, porque, de algum modo, ela vem confirmar o que há muito tempo eu já desconfiava, ou seja, tem "universitário" em demasia (DIL-masia?) neste país. Aliás, é público e notório (ops!) que em cada esquina do Brasil pode-se encontrar uma "faculdade". Virou uma verdadeira febre!. Muitos empresários migram  de um negócio para outro, isto é, deixam suas antigas atividades e abrem "faculdades", Deus sabe como! Tudo indica que o negócio é altamente lucrativo. Assim como a saúde já havia sido privatizada, também a educação virou negócio, virou comércio.
Uso aspas nas palavras universitário e faculdade e o leitor(a) bom de gramática poderia, quem sabe, me corrigir. Mas argumento o seguinte: não se pode dar este título a qualquer pessoa, até mesmo em respeito ao sentido original do termo. Supõe-se que ao chegar ao terceiro nível de escolaridade, o curso superior, a pessoa tenha uma formação  intelectual relativamente sólida e nós sabemos que isto não acontece. Depois, grande parte dessas "faculdades" que abrem (e fecham) a cada minuto, são, na verdade, verdadeiras "fábricas de diplomas", sem nenhuma condição de ostentar o título. O aluno não presta, e a  faculdade idem!
O Brasil começa a viver uma crise de mão-de-obra técnica especializada, e isto tem consequências graves para o desenvolvimento do país. Ora, uma das causas desse problema é exatamente a falta de incentivo à formação técnica dos nossos jovens. Hoje em dia todo mundo quer ser "universitário", custe o que custar. E quem tem um dinheirinho para pagar a mensalidade (sempre cara) se matricula com facilidade nessas fábricas rotuladas de curso "superior". Enquanto isso, as carreiras técnicas se esvaziam e o mercado de trabalho continua carente de pessoal.
Agora, forçado pela pressão das empresas e atropelado pelo rítimo do desenvolvimento, o governo anuncia o Prouni do ensino técnico. Tomara que a medida (que já chega tarde) consiga a longo prazo reverter esta onda que empurra a nossa juventude para o sonho (pesadelo, muitas vezes) da carreira superior.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

LÁGRIMAS DE CROCODILO

A semana começa com uma notícia, digamos, "bombástica" (ops!), a morte de Osama Bin Laden, que por sinal era um grande conhecedor de bombas..., inclusive as aéreas... O serviço secreto americano conseguiu localizar o homem depois de quase dez anos de buscas e de muitos boatos também. Chegaram até a dizer que o terrorista havia se escondido num dos morros cariocas, o que seria, convenhamos, uma concorrência desleal no mundo da contravenção e do crime em geral. Sim, porque talvez não houvesse mais espaço para os nossos criminosos, o produto "made in Brazil". Teríamos que fazer exatamente com o fazem os irmãos da América, ou seja, uma espécie de "reserva de mercado". 
o Presidente Obama parece que não dormiu nada esta noite porque ainda de madrugada foi a TV para anunciar o grande feito do seu governo, o que certamente vai lhe render uma boa quantidade de votos nas próximas eleições. E o seu discurso, como todo bom discurso de presidente americano, exaltou a liberdade, a paz, a justiça, etc. e tal. Tudo bem. Acontece que nessas ocasiões seria oportuno também lembrar as atrocidades cometidas pelos EUA nisto que se convencionou chamar de "guerra ao terrorismo". Ninguém falou, por exemplo, da prisão, ou melhor, do campo de concentração para onde são levados os criminosos detidos pelas tropas americanas. Aliás, em sua campanha eleitoral Obama prometeu fechar este campo e até hoje nada! Lá são mantidos milhares de presos que sequer serão julgados, quer dizer, já estão condenados a prisão perpétua (ou a morte na maioria das vezes) sem qualquer tipo de processo, chance de defesa, etc., essas coisas que a "democracia" americana tanto apregoa pelo mundo a fora. Parece que a democracia desse pessoal vale somente para os outros países.
Não estou me colocando aqui como defensor de terrorista. Essa mistura de religião com violência, com ódio racial, não leva a nada, aliás, leva a morte de inocentes. Nem Alá nem Maomé nem qualquer outro líder ou guru religioso concordaria com uma coisa dessa.Nada justifica porém que a violência seja combatida com mais violência, ou que a ditadura seja substituida por  outra, ainda que fantasiada de democracia.
É por essas e outras que eu não festejo a morte do Bin Laden, nem me comovo com as lágrimas de crocodilo do Sr. Barak Obama.
Olha, essa história eu já conheço. Esse filme eu já vi... e não gostei.
Boa semana para todos vocês !