quinta-feira, 31 de maio de 2012

O ESTÁDIO DA VERGONHA

Embarcando ontem a tarde no aeroporto internacional de Brasília, vi "com esses olhos que a terra há de comer..." (espero não tão cedo...) a maquete do magestoso Estádio Nacional, aquele que o Governador Agnelo mandou erguer pela módica quantia de 900 milhões de reais. Coisa de megalomaníaco mesmo! Um estádio suntuoso numa cidade carente de escolas, hospitais, transporte público, asfalto, serviços básicos enfim.
Alguém poderá dizer agora: esse comentarista é contra o futebol, a Copa e o desenvolvimento do turismo, que gera renda para muita gente. Mas não se trata disso, lhes asseguro. A questão é que esse monstruoso edifício ficará literalmente às moscas depois dos eventos esportivos internacionais, que por sinal, diga-se de passagem, serão poucos, muito poucos. Ontem mesmo a FIFA anunciou que na Copa das Coinfederações, ano que vem, só haverá um jogo, eu disse UM JOGO em Brasília. Ora bolas, já que o assunto é futebol, a Capital Federal não tem sequer um time na primeira ou na segunda divisão do futebol profissional, isto é, não existe fuitebol nessa cidade. Então pra que fazer um estádio desse porte?
A vaidade é um maiores pecados do ser humano realmente. Mas a vaidade do Dr. Agnelo custa caro e faz sofrer a população pobre de Brasília, que vai se encantar com o novo estádio, com certeza, mas que ao mesmo tempo vai continuar chorando e gemendo nas filas dos hospitais superlotados, nos ônibus caindo aos pedaços, nas escolas abandonadas. Depois da Copa o este elefante branco desativado servirá de monumento ao desperdício do dinheiro público, um tapa na cara do povo mais pobre da capital do Brasil. Ali estará a prova maior desta absoluta falta de respeito com que as autoridades secularmente tratam a nossa gente.

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