quinta-feira, 10 de maio de 2012

O MANGUE FEDERAL

Estivéssemos na velha Bahia, eu diria que Brasília, a Capital Federal, é um "mangue". E a palavra aqui não se refere ao mangue geográfico, quer dizer, aquela área de águas meio salgadas, meio doces, com uma vegetação bem específica, aonde proliferam os caranguejos e dezenas de outras espécies. 
Na Bahia de antigamente se usava o termo "mangue" para denominar, além do bioma natural, as casas de prostituição, os famosos "puteiros" que existiam na "Ladeira da Montanha" e no centro histórico abandonado. Por derivação ou por analogia, digamos assim, "mangue" também poderia significar um "estado de coisas" bem esculhambado. Dizer tipo assim: "isso aqui virou um mangue!"... era sinal de que a zorra era total mesmo...
Pois o Distrito Federal é um grande "mangue", certamente muito longe daquilo que os seus idealizadores e projetistas imaginaram um dia. Creio que o Presidente Juscelino deve estar se virando (de raiva) no túmulo a essa hora...  Brasília enquanto cidade-modelo é uma grande frustração.
Ontem os jornais daqui estamparam em suas manchetes a notícia de que 99% das moradias situadas no Lago Norte, uma das áreas mais valorizadas do DF, foram construídas em situação irregular, ou seja, invadindo terrenos de uso público. Com a conivência (no mínimo) dos órgãos do governo, gente graúda foi lá e meteu cerca, construiu piscina, churrasqueiras, quadras de esporte e outras mordomias para uso privado e  privativo, inclusive impedindo o acesso à beira do lago. Simples assim!
Este é apenas um pequeno exemplo do que é Brasília, a nossa Capital. Dizem até que a maioria dos terrenos são assim mesmo, "sem lenço e sem documento"... E o governo diz que não pode fazer nada. As justificativas para deixar tudo como está são as as mais diversas, e todas sem lógica e sem sentido.
O que me deixa chateado é que se se tratasse de um "zé povinho" qualquer, algum representante da nossa amada "Justiça" já teria emitido uma ordem de despejo, a polícia já teria invadido o local e as máquinas derrubado  toda parede que pela frente encontrasse.
É como diz o velho ditado "quem pode, pode!".
Vale tudo neste mangue federal em que vivemos! Vale sobretudo a lei do mais forte.

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