E mais uma vez a seca invade o nordeste do Brasil com todo o seu rosário de lágrimas e sofrimentos. Dizem os especialistas que esta, porém, é a pior dos últimos quarenta anos pelo menos. A Bahia, por exemplo, já tem mais da metade do seu território comprometido por causa da estiagem e em muitos lugares falta água até pra beber. Mas não só a Bahia e sim toda a região será afetada mais dia menos dia.
Enquanto isso, a Senhora Presidenta, Dona Dilma, em recente visita a Aracaju, a bela capital de Sergipe, anunciou a criação do "Bolsa estiagem", para socorrer os miseráveis desse sertão a fora. A política do atual governo, portanto, não é assim tão diferente das velhas políticas públicas que foram usadas nos séculos passados. O apoio dos senhores de terra, os antigos coronéis, por outro lado, também é o mesmo. Aliás, as alianças políticas que formam a atual "base aliada" do governo no nordeste brasileiro encontram a sua explicação exatamente neste tipo de apoio. Sem tirar nem por! "Ficou tudo como antes no quartel de Abrantes...!
Até os postes de Brasília sabem que o problema da seca é perfeitamente equacionável (ops!) e existem soluções disponíveis no mercado há muito tempo, soluções estas que para serem implementadas precisariam de decisões políticas apenas. Entretanto, todo mundo sabe também que até hoje nenhum governo "de direita" ou "de esquerda" teve a coragem de tomar estas decisões em favor do povo nordestino. O raciocínio da classe dirigente é bem lógico e muito simples:
pra que resolver ou amenizar o problema da seca se é justamente ela quem nos garante a sustentação eleitoral desde sempre?
A "solução" do secular problema para o DEM, PSDB, PCdo B, PT, PSB, PMDB e todo este saco de gato, passa pelo velho carro-pipa, distribuição de cestas-básicas e "bolsa estiagem". E assim o nordeste, o sertão, como disse o poeta Gilberto Gil "continua ao Deus dará"... "Mas se existe Jesus no firmamento isso aqui na terra tem que se acabar".
AMÉM !
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