sexta-feira, 8 de abril de 2011

O SANGUE DOS INOCENTES

A semana se encerra com as imagens tristes e chocantes do massacre de 11 crianças numa escola pública do Rio de Janeiro. O país inteiro assistiu pela TV a cena dantesca. Um jovem psicopata atirou sem parar matando quem estava ao seu alcance e depois deu fim a sua própria vida. Ele deixou uma carta-testamento, na qual exibe os sintomas da sua doença mental fazendo exigencias com relação ao tipo de enterro que queria para si mesmo. "Doido de pedra", como se dizia na Bahia antigamente, num tempo em que os doidos ficavam nos hospícios e os poucos que andavam pelas ruas não incomodavam tanto. Pelo contrario, eram doceis e em certos casos até bem acolhidos e tratados com carinho pelos moradores.
Depois da comoção fiquei a pensar: quais seriam as razões desta violência? Esse rapaz estava sendo tratado adequadamente? Qual o papel da família nesse e em outros casos semelhantes? E os nossos governantes, que função desempenham no processo de tratamento de pessoas como essa? Existem, de fato, estruturas próprias no nosso tão badalado Sistema Unico de Saude (SUS) para atender de forma correta esses doentes especiais? E a mídia, especialmente a televisão, não seria ela também responsável indiretamente por esse tipo de patologia mental? As "igrejas-empresas" com seus pastores também loucos (por dinheiro) vociferando contra satanás o dia inteiro teriam também alguma parte de culpa?
É claro que numa hora como essa não compete a ninguém fazer qualquer tipo de julgamento ou apreciação crítica porque realmente a coisa não é tão simples assim. Pelo contrário, existe aqui uma complexidade enorme que envolve fatores multiplos. Porém, com certeza nenhum dos elementos citados pode ficar de fora no momento em que quisermos fazer uma avaliação mais séria, mais isenta.
Tomara que todos nós possamos neste fnal de semana pensar um pouco sobre isso. Vivemos numa sociedade complicada demais. A violência se esconde sob muitos disfarces e com o apoio direto ou indireto da família, do estado, da escola, dos políticos, das igrejas, da imprensa,... etc. Que ninguém queira se eximir da responsabilidade agora, porque ainda que seja um minúsculo pingo de sangue de cada uma daquelas crianças ainda  escorre em nossas mãos!

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