terça-feira, 19 de abril de 2011

O PAÍS DA FACHADA

                         Durma-se com um barulho desses! Ontem aqui em Brasília o Senador Álvaro Dias, um dos pouquíssimos parlamentares que ainda se colocam como oposição a muralha PT=PMDB, fez um comentário assaz (ops!) interessante e pertinente. Ele disse que o Governo Federal e o seu PAC planejam obras gigantescas, que consomem bilhões de reais, mas por outro lado manda cortar (contingenciar...) verbas destinadas a setores essenciais. E o senador citou o exemplo do "trem-bala" que parece ser o assunto do momento, já que o leilão, concorrência pública ou sei lá o quê, está marcada para o próximo mês de julho. Enquanto o trem procura os trilhos o dinheiro para manter as estruturas de fiscalização, a cargo do Ministério da Justiça, nas nossas fronteiras foi drasticamente reduzido.
                            Aliás, por falar nesse tal de "trem-bala", é bom lembrar que o metrô de Salvador já fez 10 anos, não de existência, mas de construção (e de roubalheira, acrescento). Sim minha gente, são 10 anos que o povo baiano assiste de camarote (já que lá é a terra do carnaval...) a esses espetáculo de incompetência e de safadeza. Mas também o metrô de Fortaleza e a ampliação do de Belo Horizonte passam por dificuldades. O de São Paulo está estourado em sua capacidade.  Enfim, pra que diabos eu quero um "trem-bala" se eu não consigo nem me locomover de metrô e os ônibus, meu Deus do céu, são uma desgraça?
                            Esta megalomania do governo não é algo novo na história do Brasil, diga-se de passagem. Lula da Silva nada mais fez do que prosseguir nesta carreira, seguindo o mesmo roteiro do que existe de mais conservador na política. O Brasil é um  país grande e os nossos políticos pensam grande também. Entretanto, as pequenas obras, as miudezas, o varejo, as estruturas que ajudam no dia-a-dia do povo (o transporte, o posto médico, a escola do bairro, a quadra esportiva, etc.) ficam em segundo plano. Claro, isto não dá visibilidade, quer dizer, não favorece a manutenção dos "currais eleitorais", o voto da pobreza, porque, como dizia Joãozinho Trinta, o carnavalesco, "pobre gosta é de luxo". 
                          Então, quanto maior a obra, mais prestígio para os governantes de plantão. Ninguém se contenta ou se preocupa com uma obra que não seja grandiosa, espetacular se possível. Todo mundo está de olho é no Ibope mesmo.
Em resumo, somos o grande país da fachada!

AVISO AOS NAVEGANTES:
 seguindo o bom exemplo dos nossos parlamentares aqui em Brasília, estaremos de folga a partir de amanhã, quarta feira, dia 20/04. Mas não se sintam aliviados pensando que irão se livrar de mim assim tão fácil!...
Retornaremos na segunda, 25/04.
Abraço a todos e a todas !

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