sexta-feira, 29 de abril de 2011

REIS, RAINHAS, DELUBIOS, CORRUPTOS

Peço perdão por não falar aqui do "casamento real", o fato que mais chamou a atenção da nossa imprensa esta semana. Em primeiro lugar porque não fui convidado para as bodas, logo eu que trago um pouco de sangue nobre nas veias. Ficou asustado(a)? Voce não sabia que todo baiano é nobre? E se não for pela ascedência branca com certeza pela parte negra, uma vez que muitos reis e rainhas da Mãe África se estabeleceram na Bahia durante a escravidão. Depois essa estória de conto de fadas nos faz sonhar alto demais eu já não tenho idade pra isso. Continuo sonhando, é claro, porque sonhar nos torna mais humanos. Porém, meus osnhos agora são outros. DIgamos que são sonhos menos sonhadores, mais "pé no chão" (embora não muito... porque sonhar se sonha sempre nas alturas).
Mas já que tocamos brevemente no assunto "casamento", a semana se encerra aqui em Brasília com a reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e um dos temas a serem discutidos é justamente a "reconciliação", ou a volta ao lar do ex-tesoureiro Delúbio Soares. O casamento com o partido havia sido desfeito em meio ao escândalo do chmado "mensalão". Mas agora parece que o casal vai reatar a relação. Todo mundo vai esquecer o que passou e a paz voltará a reinar no "lar doce lar" dos petistas, amém! E como o brasileiro é "bonzinho" e a  nossa memória é fraca, fica o dito por não dito, o corrupto por honesto, o mentiroso por verdadeiro. Tudo bem e de novo, amém!
Enquanto isso a Dra. Débora, promotora que estava presa sob a acusação de ter feito o diabo no caso da roubalheira do ex-governador Arruda, aqui do Distrito Federal, ganhou a liberdade na noite desta quinta feira. Ela e o marido sairam da prisão sorrindo e acenando para os jornalistas. Estavam super felizes (e com os bolsos cheios de dinheiro... é bom que se diga). Essa pilantra se fez até de maluca pra tentar escapar da justiça. Mas novamente a justiça brasileira provou que é muito "boazinha" (com os ricos e poderosos). Fosse um "Zé ninguém", um ladrão de galinha ou coisa parecida, ficaria mofando na cadeia anos e anos. Fazer o quê? Esta comprovado que gente de dinheiro dificilmente vai pra cadeia, e quando vai  fica pouco tempo.
Domingo é primeiro de maio, dia do trabalhador e da trabalhadora. São essas pessoas que ralam de sol a sol, pegam ônibus sujos e lotados, comem o pão que o diabo amassou e sustentam com os impostos que são obrigados a pagar os comissionados do PT, a promotora de justiça, os ministros que lhe concederam a liberdade, enfim a elite nojenta e preguiçosa desse país.
VIVA O POVO QUE TRABALHA !

quinta-feira, 28 de abril de 2011

ESTE SENADO É UMA PIADA !

          Este nosso Senado Federal é uma verdadeira piada (de péssimo gosto,por sinal). Os escândalos se sucedem e a casa frequenta com bastante assiduidade as páginas dos jornais agitando a cena política brasileira no que ela tem de mais tenebroso. Enquanto isso o "coronel" Sarney e sua gangue, perdão, seu grupo político, fazem cara de santinhos e querem posar na foto como se fossem grandes defensores da democracia, da ética, etc. e tal. Mas quem será que acredita realmente nisso?
         Por falar em ética, a ultima piada (e das boas!) divulgadas pelo Senado foi a justamente a composição do seu "Conselho de Ética". Dos treze (este numero 13 lembra a você alguma coisa?) senadores indicados para o conselho, pelo menos oito, eu disse OITO, respondem a processos no STF, Supremo Tribunal Federal. É mole ou quer mais? O presidente é nada mais nada menos do que o Senador João Alberto, do PMDB do meu querido Maranhão. Quem é maranhense ou  quem já viveu naquele estado e tem um mínimo de informação sabe quem é este senhor. Aliás, João Alberto já presidiu este mesmo Conselho de Ética e foi acusado de ter simplesmente arquivado inúmeras denúncias e processos. Ou seja, já mostrou a sua inoperância!
          Existem muitos estudiosos e especialistas em ciência política que afirmam que a instituição Senado é absolutamente desnecessária. Trata-se de uma duplicidade legislativa sem sentido. No atual modelo brasileiro então, nem se fala! Comungo com  este pensamento, sobretudo quando penso nas despesas milionárias que estes senhores e senhoras colocam todos os meses para nós os contribuintes pagarmos. É muito dinheiro! Ora bolas, se pelo menos o trabalho de suas excelências resultasse em algum benefício real para o país, tudo bem, ou menos mal. Acontece que nada disso acontece. Ou melhor, acontece sempre o pior! Por menos que a gente espere os senadores e senadoras sempre nos surpreendem fazendo menos ainda. 
          Não seria este o momento do Brasil se perguntar: para que queremos um Senado Federal? Qual o seu papel afinal? Mas é claro que ninguém do governo aqui em Brasília tem interesse em responder, nem muito menos em perguntar! E tudo continuará do jeito que sempre foi. O grande Sarney com o seu bigodão solene e seu terno alinhado seguirá como chefe supremo desta fábrica de piadas por nos sustentada.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

PRIVATIZEMOS O GOVERNO !

"Eu sou você amanhã". Esta frase poderia muitíssimo bem ser dita por Fernando Henrique Cardoso, quando ainda era Presidente da República, dirigindo-se a Lula e seus seguidores petistas. Talvez o leitor ainda esteja fresco (de memória, é claro...) o suficiente para lembrar que o PT batia pesado no governo com relação a tudo, mas principalmente quando o assunto era privatizações. Os senadores e deputados petistas queriam ver o diabo pela frente, desde que este tema não fosse mencionado. A militância rezava por esta cartilha. O velho discurso da esquerda militante era de que FHC queria "entregar o ouro ao bandido", vender o Brasil, etc. e tal.
Não estou aqui defendendo FHC, mas apenas queria manifestar uma certa estranheza pelo fato de que Dona Dilma pretende privatizar os nossos aeroportos. Esta foi a notícia mais importante da semana até agora. Aliás, pensando melhor, acho que a essa altura do campeonato nem eu nem ninguém deveria achar estranho esse posicionamento do governo PT=PMDB. Sim porque no fundo no fundo o que está lá em cima (as aparências...) nos engana. Com o passar dos anos (e lá se vão mais de oito) as pessoas mais ou menos sensatas e honestas desse país começam a descobrir que os velhos sonhos socialistas dos nossos líderes vermelhos escondiam velhos desejos de poder que nada ou pouco tinham a ver com a justiça social de que o Brasil tanto precisa. 
Todo discurso "esquerdizante" (ops!) do passado é mesmo coisa do passado. Vamos procurar esquecer então. O que sempre valeu e continua valendo é o projeto que nunca saiu das gavetas do Palácio do Planalto, independente de quem seja o governante de plantão. O socialismo já era, e no seu enterro tremularam  bandeiras vermelhas com uma estrela no meio!.
A copa do mundo vem aí, e o governo não está nem aí! Privatizar aeroportos, estradas, etc. não vai resolver muita coisa. A infraestrutura do país é caótica. Os gargalos estão nos corredores burocráticos ("burrocráticos", digo eu), na incompetência, na corrupção endêmica (ops!) dos nossos políticos que só enxergam cifras, grana, muita grana para os seus próprios bolsos. Talvez se privatizássemos o governo e botássemos essa corja mentirosa no olho da rua alguma coisa mudaria. Quem sabe?...

terça-feira, 26 de abril de 2011

A NOVELA DAS OITO

Estou começando a semana nesta terça feira. Mas os senhores e senhoras parlamentares aqui em Brasília fazem pior do que eu, pois só iniciam os "trabalhos" na quarta e na sexta feira já não há sinal desse povo por aqui.
Quero falar das novelas da Globo. Neste feriado estive conversando com algumas pessoas que se diziam assustadas com o baixo nível dessas produções televisivas (ops!). A baixaria sexual é tão grande que já não se pode mais falar em decência. Os "noveleiros" estão apelando pra ignorância mesmo! Estão batendo abaixo da cintura sem dó e sem piedade!. Meu Deus do céu!
Um pequeno (?) exemplo da baixaria: na novela das oito (a "jóia da coroa" global) uma adolescente fala para sua irmã que quer perder a virgindade, e para isso escolheu um dos seus professores. Promessa feita e cumprida, a irmã pergunta como é que vai ficar a situação agora. A menina responde que "a fila anda", e que não vai acontecer simplesmente nada, porque o que ela queria fazer já fez e pronto!
Parece que a luta por alguns pontos no IBOPE transformou nossa TV numa verdadeira latrina, num mictório, numa sarjeta onde são depositados os excrementos da sociedade. Eu fico a imaginar os estragos que esses "valores" transmitidos pela TV poderão causar. Infelizmente já não se pode mais contar com o discernimento dentro de casa porque os próprios pais estão mais perdidos do que cego em tiroteio. Em outras palavras, quem devia orientar está desorientado também.  
Claro, se os pais pudessem discutir esses assuntos com os seus filhos não haveria nada de mal. Estaríamos supondo que as novelas servissem de base para uma discussão séria  acerca dos temas que de fato interessam aos nossos filhos. Desse modo, o diálogo em casa fortaleceria o conjunto de valores morais dos quais a família é guardiã. Seria até didaticamente interessante porque a discussão se daria em cima de fatos ou de exemplos bem concretos.
Entretanto, sabemos que esta avalanche de porcarias que a televisão despeja diariamente em nossas casas vai causar sérios danos na juventude. A personalidade formada a partir dos valores transmitidos especialmente pela família vai ser confrontada com  esses modelos fortemente determinados pelo egoísmo, pelo hedonismo, pelo consumismo e todos os "ismos" dominantes em nossa sociedade.
O que podemos fazer então? Não vejo outra saída que não passe pela retomada do diálogo em família, mesmo que isso custe alguns sacrifícios. Tentar conversar sobre esses temas, abrir-se ao diálogo franco e aberto com os filhos é a coisa mais importante.Talvez ainda reste alguma esperança, apesar das novelas da Globo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O PAÍS DA FACHADA

                         Durma-se com um barulho desses! Ontem aqui em Brasília o Senador Álvaro Dias, um dos pouquíssimos parlamentares que ainda se colocam como oposição a muralha PT=PMDB, fez um comentário assaz (ops!) interessante e pertinente. Ele disse que o Governo Federal e o seu PAC planejam obras gigantescas, que consomem bilhões de reais, mas por outro lado manda cortar (contingenciar...) verbas destinadas a setores essenciais. E o senador citou o exemplo do "trem-bala" que parece ser o assunto do momento, já que o leilão, concorrência pública ou sei lá o quê, está marcada para o próximo mês de julho. Enquanto o trem procura os trilhos o dinheiro para manter as estruturas de fiscalização, a cargo do Ministério da Justiça, nas nossas fronteiras foi drasticamente reduzido.
                            Aliás, por falar nesse tal de "trem-bala", é bom lembrar que o metrô de Salvador já fez 10 anos, não de existência, mas de construção (e de roubalheira, acrescento). Sim minha gente, são 10 anos que o povo baiano assiste de camarote (já que lá é a terra do carnaval...) a esses espetáculo de incompetência e de safadeza. Mas também o metrô de Fortaleza e a ampliação do de Belo Horizonte passam por dificuldades. O de São Paulo está estourado em sua capacidade.  Enfim, pra que diabos eu quero um "trem-bala" se eu não consigo nem me locomover de metrô e os ônibus, meu Deus do céu, são uma desgraça?
                            Esta megalomania do governo não é algo novo na história do Brasil, diga-se de passagem. Lula da Silva nada mais fez do que prosseguir nesta carreira, seguindo o mesmo roteiro do que existe de mais conservador na política. O Brasil é um  país grande e os nossos políticos pensam grande também. Entretanto, as pequenas obras, as miudezas, o varejo, as estruturas que ajudam no dia-a-dia do povo (o transporte, o posto médico, a escola do bairro, a quadra esportiva, etc.) ficam em segundo plano. Claro, isto não dá visibilidade, quer dizer, não favorece a manutenção dos "currais eleitorais", o voto da pobreza, porque, como dizia Joãozinho Trinta, o carnavalesco, "pobre gosta é de luxo". 
                          Então, quanto maior a obra, mais prestígio para os governantes de plantão. Ninguém se contenta ou se preocupa com uma obra que não seja grandiosa, espetacular se possível. Todo mundo está de olho é no Ibope mesmo.
Em resumo, somos o grande país da fachada!

AVISO AOS NAVEGANTES:
 seguindo o bom exemplo dos nossos parlamentares aqui em Brasília, estaremos de folga a partir de amanhã, quarta feira, dia 20/04. Mas não se sintam aliviados pensando que irão se livrar de mim assim tão fácil!...
Retornaremos na segunda, 25/04.
Abraço a todos e a todas !

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PROFESSORES HUMILHADOS

A situação da educação pública no Brasil é pior, muito pior do que se imagina. Quem quiser saber desta realidade é só visitar uma escola. Os governos investem muito em propaganda, mas ao mesmo tempo cortam verbas e estabelecem limites às despesas com educação. Nossos políticos e dirigentes dizem uma coisa e fazem outra completamente diferente. Com raríssimas exceções, o que se vê pelo país a fora são prédios caindo aos pedaços, sem estruturas adequadas ao mínimo que se espera de um estabelecimento de ensino. É de fazer vergonha mesmo!
Além da falta de estruturas ou da carência de estruturas físicas e pedagógicas, a escola pública brasileira passa por uma fase histórica de desvalorização tremenda do professor. Trata-se mesmo de uma raça ameaçada de extinção!. Essa desvalorização dos nossos mestres começa pelos baixos salários e se agrava pela pouca consideração e  falta de respeito por parte dos alunos e até mesmo das famílias dos alunos. Não se tem notícia de um tempo como esse, ou seja, em que o professor foi tão humilhado!
Abro os comentários desta semana falando sobre este assunto porque ouvi agora de manhã bem cedo Dona Dilma toda contente no rádio dizendo que a sua viagem a China foi linda e maravilhosa e que pelo menos duas grandes indústrias chineses do ramo da tecnologia pretendem se instalar no Brasil. Para isso, segundo a presidenta, precisamos de mais formação  profissional, ou seja, o país tem que estar preparado em termos de mão-de-obra especializada.
Agora eu, na minha santa ignorância, pergunto: como vamos fazer isso Dona Dilma se a senhora mandou cortar ("contingenciar", pra que o termo fique mais leve...) verbas destinadas a educação? Por acaso serão os chineses que passarão a investir na construção e modernização de escolas e equipamentos ou mesmo no pagamento dos nossos professores de hoje em diante? Ora, faça-me o favor! Quem tem pelo menos 100 gramas de massa cinzenta no cérebro sabe que isso é uma enganação, uma grande balela, um discurso hipócrita enfim.
Mas tudo bem, a mulher tá começando agora o seu governo. Vamos dar um tempo (mais um) e esperar pra ver o que é que acontece. Tomara que daqui a dez ou vinte anos ainda tenhamos jovens com um mínimo de preparo acadêmico dispostos a encarar a cadeira de professor na rede pública. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

ESPERAR AINDA ESPERO

Eu bem que queria encerrar os meus comentários desta semana como sempre faço, ou seja, com algo mais "leve", digamos. Mas confesso que fiquei "p". da vida com a matéria veiculada pelo "Bom dia Brasil", da TV Globo, a  respeito da fortuna que a "Viúva" gasta todo ano para manter suas excelências no Senado e na Câmara Federal. Somando-se todos as verbas e indenizações de todos os títulos (alguns, aliás,pra lá de duvidosos...) são cerca de 10 milhões de reais por cabeça! 
Se o Legislativo cumprisse a sua missão talvez até essa notícia não tivesse tanta repercussão e até fosse digerida com alguma facilidade. Ora, quando a gente compra algo muito caro, caríssimo, mas o produto é de excelente qualidade, a despesa pesa no bolso mas pelo menos levamos pra casa algo de grande valor. O diabo é quando se compra "gato por lebre", isto é, quando verificamos que "suas excelências" trabalham muito pouco, produzem menos ainda, muitos deles (delas) estão sempre metidos em falcatruas e na prática não significam o que deveriam significar para o exercício da cidadania neste país.  
Mas o que me deixa mais indignado realmente é que esse dinheiro poderia estar sendo aplicado na educação e na saúde, as áreas mais carentes do aparelho estatal. Por outro lado o governo tem a cara-de-pau de vir a público dizer que não tem dinheiro e mobiliza senadores e deputados para aprovar novos impostos a exemplo dessa maldita CPMF que volta e meia quer botar a cabeça para fora do túmulo... Apesar de termos uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo, parece que a sede do estado é insaciável mesmo.
Porém, diante desse quadro o que é que vamos fazer? Somos nós os eleitores os responsáveis. Voto no Brasil ainda é mercadoria que se compra e que se vende com relativa facilidade. A forma de fazer política ainda é arcaica, viciada, presa a esquemas obscuros. As pessoas dignas nem sempre estão dispostas a se meter em política deixando espaço para os picaretas, aventureiros e aproveitadores. Por outro lado, partidos que sempre levantaram a bandeira da honradez como o PT agora metem a mão na bolsa da "Viúva" sem dó e sem piedade, repetindo os mesmos erros que condenava no passado.
Não queria terminar a semana em tom pessimista. Apesar de tudo e de todos (os politicos) ainda acredito no Brasil e na sua gente. Não sei se vivo estarei até lá, mas creio que um dia chegaremos a ter u ma democracia menos poluída do que essa que temos agora. 
"Quem espera sempre alcança", e mesmo que não alcance em vida, esperar ainda espero!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

VAI PRA CASA SARNEY !

A proposta do Presidente do Senado, "coronel" José Sarney, no sentido de que seja realizado um novo plebiscito sobre o comércio de armas demonstra mais uma vez o quanto o Legislativo está distante da realidade e das verdadeiras aspirações do nosso povo. É, de fato, impressionante a falta de sintonia entre suas excelências e o dia-a-dia da população. Parece mesmo que estamos falando de dois mundos completamente diferentes, quando na verdade deveriam estar bem integrados e articulados entre si. Aliás, não só o Senado mas todo o sistema legislativo vive desconectado, digamos assim, do que pensa, do que sofre e do que sonha a nossa gente.
É triste constatar isso porque, afinal de contas, elegemos estes senhores (e senhoras) justamente para representar os interesses da população e ser a nossa voz no Legislativo. O trabalho dos nobres senadores, bem como de qualquer político eleito democraticamente para ocupar uma cadeira nas casas legislativas deveria estar em sintonia, em comunhão permanente com as demandas dos cidadãos e cidadãs deste país. Uma espécie de "cordão umbilical" nos ligaria àquele (ou aquela) representante que saiu vitorioso nas urnas. Sua autonomia seria relativa, portanto.
Desarmar a população não resolve absolutamente nada. Como se diz na linguagem popular, "o buraco é mais embaixo", isto é, o "X" da questão é outro. Todo mundo nesse país sabe de onde vem as armas e sabe também que tem muita gente " graúda" interessada no sue comércio.
O citado presidente pensa que todo mundo é idiota e que ninguém enxerga o que acontece nos bastidores. Por detrás daquele bigodão de "estadista" ou do "fardão" da Academia Brasileira de Letras, da qual ele faz parte, se esconde uma velha raposa, um sujeito absolutamente sem escrúpulo, que sempre esteve e sempre estará ao lado do poder, qualquer que seja o seu detentor. Esta sua mais recente idéia é mais uma demonstração de uma arte que ele domina muito bem, ou seja, a arte da demagogia. Sarney "joga para a platéia" e sabe fazer isso muito bem, quero dizer, sabia, porque a cada dia que passa as pessoas vão ficando mais espertas e já não acreditam tanto. 
Que tal fazermos uma campanha parecida com aquela que foi feita durante a última Copa do Mundo. Mas agora ao invés do Galvão vamos espalhar pela internet o apelo: "Vai pra casa Sarney!"

terça-feira, 12 de abril de 2011

TORTURA POLICIAL

Quem quiser saber o que é o inferno aqui na terra vá fazer uma "visitinha" a qualquer delegacia de polícia ou presídio. Não se parece nem de longe com aquelas salas amplas, limpas e confortáveis que a gente vê nas novelas da Globo. Delegacia e presídio são sinônimos de selvageria em todos os sentidos. As práticas medievais ainda eram melhores do que isso. A violência é o "pão nosso de cada dia" servido covardemente pelos agentes do estado, todos eles (e elas)  pagos, aliás, com o nosso rico dinheirinho.
Comento hoje este assunto porque a Pastoral Carcerária, instituição ligada a CNBB, Conferencia dos Bispos do Brasil, em acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, órgão da Presidência da República, vai propor aos ilustres senadores e deputados que aprovem uma lei constituindo uma comissão permanente encarregada de fiscalizar as delegacias e os presídios brasileiros. O objetivo principal seria o de coibir as práticas de tortura contra os presos, coisa mais do que comum nesse nosso amado país.
Alguém dirá que os marginais, os assassinos, os ladrões, assaltantes, estupradores, etc. merecem ser tratados com violência mesmo e que essa história de "direitos humanos" não passa de conversa fiada. Tudo bem. De fato, quem perdeu um parente ou amigo, ou foi vítima de um ato criminoso deve detestar esse papo de D.H. Entretanto, não é por isso que esses direitos devam ser desrespeitados. A punição deve ser severa e justa sim, mas tem que obedecer o que está estabelecido em lei. Nenhum policial ou agente da lei pode infligir castigos ou torturas a quem quer que seja, ainda que seja o pior bandido da face da terra. Mesmo privado do direito a liberdade, o indivíduo ainda é detentor de outros direitos, como por exemplo o direito a sua integridade física. Além do mais, não será com a simples aplicação de tortura que o estado conseguirá recuperar socialmente o preso. Muito pelo contrário! Violência gera violência, não nos esqueçamos disso!
A Igreja Católica presta um grande serviço a cidadania quando assume bandeiras com o essa. Mas é preciso insistir nessa luta porque são muitas as forças que jogam contra. O aparelho policial, apoiado por uma expressiva parcela do governo, não vai ceder facilmente. Suas práticas violentas são antigas e consolidadas.Por outro lado, a justiça nem sempre cumpre o seu papel. A precariedade da Defensoria Pública é outro impedimento. Faltam advogados para defender os presos. Enfim, esperamos que algo seja feito pelo menos para que diminuam as torturas e quem tem algo a pagar que pague, mas pague com dignidade, na forma da lei.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

CORRENDO ATRÁS DO PREJUÍZO

Eu acho incrível essa "capacidade", digamos assim, que os governantes brasileiros, independentemente do partido (quadrilha?) que esteja no poder, possuem de sempre chegar "depois do leite derramado", ou seja, de querer fechar a porta após o ladrão ter entrado e levado tudo. É deveras impressionante este "jeitinho brasileiro" de correr atrás do prejuízo. Não se fala em prevenção, planejamento, projetos estruturais, etc., ou quando se fala tudo não passa de "blá-blá-blá", ou "conversa pra boi dormir"... Na realidade, passada a tragédia, por pior que ela tenha sido,  as coisas voltam a ser como eram antes. Não se faz nada, não se muda absolutamente nada. Quando muda, muda muito pouco e não resolve o problema.
Querem um exemplo mais recente, ainda fresquinho na nossa (curta) memória? A calamidade provocada pelas enchentes na região serrana do Rio de Janeiro que matou cerca de duas mil pessoas. Em que pé estão os projetos anunciados brilhantemente pelos senhores ministros? Outro exemplo? O ENEM  em suas duas últimas edições. Depois do primeiro fracasso, motivado simplesmente pela incompetência da equipe do Sr. Ministro da Educação, o que foi que aconteceu? Nada! O Presidente do INEP, instituto ligado ao MEC que prepara as provas, só foi demitido depois de muito falatório por parte da imprensa e graças ao perfil técnico que graças a Deus Dona Dilma imprime ao novo governo.
Toco hoje neste assunto porque fiquei indignado com a demagogia do Governo do Rio em relação ao caso deste massacre de doze adolescentes numa escola pública de lá. A TV não se cansou de mostrar a movimentação de psicólogas e assistentes sociais ao redor das famílias que perderam seus filhos e filhas na tragédia. "Mundos e fundos", como se dizia antigamente, foram prometidos pelos caras-de-pau do governo. Ora bolas, e agora como se explica que esse assassino passou pela escola, e como aluno da rede pública viveu um bom tempo sob a proteção, ao menos teoricamente,  do estado sem que o seu gravíssimo problema psicológico tivesse sido detectado e tratado? A escola lhe ofereceu esse tratamento? Como é que uma criança apresenta sérios indícios de transtorno mental e nenhum educador descobre isso? As escolas públicas brasileiras possuem uma estrutura técnica adequada para esses casos?
Não estou querendo aqui de modo nenhum justificar o ato deste psicopata. Mas também não creio que agora a gente deva ficar jogando pedra como se ele fosse o único culpado. Não tenho receio de dizer que o estado é tão culpado quanto ele por não lhe ter ajudado na hora certa. E como Wellington talvez existam milhares de crianças por esse Brasil a fora precisando de um acompanhamento social e psicológico. Vamos esperar, então,  por novas tragédias?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O SANGUE DOS INOCENTES

A semana se encerra com as imagens tristes e chocantes do massacre de 11 crianças numa escola pública do Rio de Janeiro. O país inteiro assistiu pela TV a cena dantesca. Um jovem psicopata atirou sem parar matando quem estava ao seu alcance e depois deu fim a sua própria vida. Ele deixou uma carta-testamento, na qual exibe os sintomas da sua doença mental fazendo exigencias com relação ao tipo de enterro que queria para si mesmo. "Doido de pedra", como se dizia na Bahia antigamente, num tempo em que os doidos ficavam nos hospícios e os poucos que andavam pelas ruas não incomodavam tanto. Pelo contrario, eram doceis e em certos casos até bem acolhidos e tratados com carinho pelos moradores.
Depois da comoção fiquei a pensar: quais seriam as razões desta violência? Esse rapaz estava sendo tratado adequadamente? Qual o papel da família nesse e em outros casos semelhantes? E os nossos governantes, que função desempenham no processo de tratamento de pessoas como essa? Existem, de fato, estruturas próprias no nosso tão badalado Sistema Unico de Saude (SUS) para atender de forma correta esses doentes especiais? E a mídia, especialmente a televisão, não seria ela também responsável indiretamente por esse tipo de patologia mental? As "igrejas-empresas" com seus pastores também loucos (por dinheiro) vociferando contra satanás o dia inteiro teriam também alguma parte de culpa?
É claro que numa hora como essa não compete a ninguém fazer qualquer tipo de julgamento ou apreciação crítica porque realmente a coisa não é tão simples assim. Pelo contrário, existe aqui uma complexidade enorme que envolve fatores multiplos. Porém, com certeza nenhum dos elementos citados pode ficar de fora no momento em que quisermos fazer uma avaliação mais séria, mais isenta.
Tomara que todos nós possamos neste fnal de semana pensar um pouco sobre isso. Vivemos numa sociedade complicada demais. A violência se esconde sob muitos disfarces e com o apoio direto ou indireto da família, do estado, da escola, dos políticos, das igrejas, da imprensa,... etc. Que ninguém queira se eximir da responsabilidade agora, porque ainda que seja um minúsculo pingo de sangue de cada uma daquelas crianças ainda  escorre em nossas mãos!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A JUSTIÇA DOS RICOS

Vamos imaginar a seguinte hipótese: voce é funcionário de uma grande empresa, que por sinal tem negócios bilionários com o estado. De repente voce, sem querer, tem acesso a determinadas informações que demonstram a existência de corrupção, trambiques em alto grau envolvendo diretores e gente do governo. São informações, é claro, altamente sigilosas que jamais poderiam ou deveriam vir a público. Mas suponhamos que voce é uma pessoa ética, comprometida com princípios morais, digamos assim, pouco convencionais no mundo de hoje e resolve denunciar o esquema. Entretanto, voce também é responsável pela manutenção financeira de uma família e não pode correr o risco de perder o emprego de uma hora para outra. Aí a solução é procurar o Ministério Publico e fazer uma denuncia "anônima", isto é, sem identificação. Então voce cumpre o seu papel, fica com a consciência tranquila, mas ao mesmo tempo garante a sobrevivência do seu pessoal de casa.
Esta semana o STJ, Superior Tribunal de Justiça, recusou as provas apresentadas pela acusação no caso conhecido como "Operação Castelo de Areia", que resultou na prisão (ainda que por pouquíssimo tempo) de mais de uma dezena de empresários de uma grande empreiteira e também autoridades do governo. A alegação dos senhores ministros foi exatamente esta: as provas tiveram sua origem em denuncias anônimas, portanto, sem valor legal.
Seria engraçado se não fosse triste! Suas excelências inventam cada uma! Então agora a denuncia tem que ser formalizada e vir com nome completo, endereço, telefone, e-mail, CPF, nome do pai e da mãe, e tudo mais? Resta saber quem será que vai ter coragem de denunciar qualquer falcatrua no país da safadeza e da ladroagem. Quem serão os novos (as) heróis (heroínas) e os novos(as) mártires da ética? Quem vai colocar seu emprego em risco e sua família no desespero? Receberá por acaso, depois, uma medalha de "honra ao mérito"? Em certos casos talvez seja tarde pois nosso herói (ou heroína) já estará mortinho no cemitério.
É por essas e outras que o senso comum nos diz que no Brasil não existe justiça para o pobre. Quem tem uma quantia razoável de dinheiro no banco, é amigo de algum político importante, etc, dificilmente responderá por algum crime. Aliás, responder até que pode, sobretudo se a imprensa divulgar bastante, mas a condenação raramente chegará. Para isso existem o "decurso de prazo", as "apelações", os "pedidos de vista", os "recursos", as "liminares", etc., etc. E para o povo mais lascado do país? Cadeia!
Durmam tranquilos senhores empreiteiros e comparsas governamentais, está tudo bem agora. A "Justiça" garante!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

MUITO CACIQUE PRA POUCO ÍNDIO !

Todo ano é a mesma coisa, algumas dezenas de oficiais superiores do Exército, Marinha e Aeronáutica são promovidos ao posto máximo de generais. O Brasil vai se consolidando, assim, como o "país dos generais", apesar de já estarmos a uma razoável distância do regime militar. Temos com certeza generais em excesso! Enquanto isso, nas fronteiras a situação de abandono persiste. Não faz muito tempo, aliás, o jornal "Folha de São Paulo" publicou extensa matéria em que denunciava a inexplicável desproporção numérica entre os contingentes militares existentes nas regiões sul e sudeste e aqueles sediados na Amazonia, por exemplo. Ou seja, tem militar demais em alguns lugares "privilegiados" do país enquanto que em outros não tem q uase ninguém.
Olha, pelo amor de Deus, não quero que se diga por aí que eu estou fazendo campanha contra as nossas gloriosas formas armadas (ou serão "desarmadas"... conforme escrevi neste blog há poucas semanas atrás..?). Apesar de ser totalmente a favor da chamada "comissão da verdade", que investigaria os crimes cometidos pelos militares durante os "anos de chumbo" exatamente por não concordar com as maldades que foram feitas por Castelo Branco, Médice e Cia Ltda, tenho por esses homens (e mulheres) da farda um grande respeito. Dentro de suas missões constitucionais (e nada além disso) as FA tem  um papel importante a desempenhar. Portanto, não creio que seja salutar qualquer tipo de precocneito contra elas.
Tudo bem, mas o que eu fico me perguntando é se não seria melhor termos mais proteção e segurança nas fronteiras por onde entram armas e drogas o tempo todo, do que aumentarmos a cada ano esta legião de quatro estrelas nos ombros. Esses generais, afinal de contas, vão comandar quem? Não é muito cacique pra pouco índio não? Por que não investir mais na profissionalização das nossas FA e coloca-las a serviço da segurança do país aonde realmente se faz necessário?
Enquanto os senhores generais fazem festa em Brasilia e os puxa-sacos de sempre batem continência, o crime organizado pinta e borda, mata e esfola na vastidão das florestas e rios brasileiros.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A LINGUA DE BOLSONARO

                As declarações do Deputado Federal Bolsonaro continuam causando grande polêmica. Movimentos sociais que reunem homossexuais e negros, além de outros setores, prosseguem em sua luta querendo crucificar o ex-militar que fala demais. E como dizia minha vó, "quem fala o que quer ouve o que não quer".
              De fato, Bolsonaro foi deselegante e até mesmo agressivo ao responder a pergunta da "repórter", mas na verdade sua fala mostrou apenas o que todo já sabia, ou seja, que ele é um facista, um ditadorzinho fora de época.
              Apesar disso, creio que não é o caso de ficarmos agora jogando pedras no deputado. Está certo que ele tem imunidade parlamentar, mas ainda que não tivesse, estaria no direito de dizer o que pensa. Aliás, é bom a gente acabar com essa história de que qualquer palavra que se diga contra os gays e os negros seja considerada como preconceito. Pôxa, vivemos ou não vivemos num regime democrático? Existe ou não existe a liberdade de expressão? Será que tudo isto só vale quando se trata de elogiar ou aplaudir? Então ninguem pode manifestar-se contra? Por essa lógica então eu sou obrigado a concordar com o casamento entre homossexuais? E se não concordar, serei punido ou taxado de "preconceitusoso", "homofóbico" (palavra da moda...) e coisa e tal? Ora, faça-me o favor!
              Tenho orgulho de ter um negro na minha família e de partilhar da amizade de alguns homossexuais. Portanto, não acredito que, com relação aos gays, por exemplo, o fato de não concordar com o seu comportamento faça de mim um monstro. Respeito profundamente todas as pessoas, independentemente da cor da sua pele ou de suas preferências sexuais. Respeito mais ainda o sagrado direito que todo cidadão e cidadã possuem de expressar livremente as suas opiniões, sejam elas quais forem. Qualquer tipo de censura, ainda que sob o disfarce de se combater o preconceito racial ou sexual, para mim é odiosa.
            Que se combata o preconceito, ótimo! Não podemos aceitar, claro. Entretanto, com muito mais vigor ainda, juntemos nossas forças para combater qualquer medida que signifique censura ou limitação a liberdade de opinião. Que nossos ouvidos estejam preparados para ouvir de tudo, e não apenas aquilio que nos agrada ou massageia nosso ego.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

TODO MUNDO JÁ SABE

O jornal "O Estado de São Paulo" trouxe na sua edição do ultimo domingo um texto magnífico do escritor baiano João Ubaldo RIbeiro. Eu sou suspeito para falar de João Ubaldo porque desde muito tempo sou seu fã de carteirinha. Ele escreve com simplicidade mas ao mesmo tempo com muita precisão, sem contar, é claro, que o seu senso de humor-quase-ironia é cortante como um fio de navalha bem afiada. João escreve sobre o cotidiano das pessoas e sobre os fatos comuns que acontecem. Diria até que ele sabe "desvendar" ou "des-velar", quer dizer, "tirar os véus" que por vezes encobre a realidade social e política brasileira.
Por pura coincidência ou talvez porque de algum modo comunga com o meu pensamento e opinião (que pretensão esta minha, não?), João Ubaldo fala sobre certos temas que de tão batidos e rebatidos já passaram a fazer parte do nosso dia a dia sem conseguir provocar mais nenhuma reação ou indignação. Por exemplo, nestas duas últimas semanas a TV Globo mostrou pela enéssima vez a situação caótica em que se encontram as nossas estradas e também o drama daquelas pessoas que precisam dos serviços de saúde e não possuem outro recurso senão buscar a rede pública.
As duas reportagens não trouxeram nenhuma novidade. Todo mundo sabe (e já faz tempo) como atuam os policiais, ou boa parte deles. Todo mundo sabe também que a prostituição e o comércio de drogas acontecem impunimente pelas estradas do Brasil. Do mesmo modo ninguém neste país desconhece o fato de que a saúde pública é uma verdadeira catástrofe. E se formos fazer aqui a lista dos nossos dramas e calamidades teremos que gastar rios de tinta e toneladas de papel certamente.
Compartilho, então, da mesma fé do meu ilustre conterrâneo, isto é, nada vai mudar com estas reportagens. Os nossos governantes vão continuar de braços cruzados, assistindo solenemente (descaradamente) o triste espetáculo. Na melhor das hipóteses darão entrevistas dizendo isto e aquilo, fazendo promessas que jamais serão cumpridas ou jogando a culpa nos seus antecessores (de FHC para trás, é claro...). E o Brasil continuará do jeito que está.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

ANDAR A PÉ FAZ BEM!

Hoje é sexta feira e eu não quero aqui encerrar os comentários da semana tecendo críticas ou descendo a madeira no governo. Vou falar de "amenidades" (!), assunto do qual, confesso, não sou especialista. Mas tudo bem. O que vale é a intenção (muito embora se diga que "de boas intenções o inferno anda cheio").]
Ontem, aqui em Brasília, eu voltava para casa a pé,  como sempre faço, aliás, quando vi algumas pessoas fazendo o mesmo. Creio que se tratava de funcionários públicos que trabalham no chamado "Plano piloto", na área dos ministérios e outras repartições públicas do DF. Evidentemente que esse pessoal deve morar por perto, nos grandes conjuntos residenciais do centro da capital federal. Talvez gastem 30 ou 40 minutos de caminhada. Uma hora, talvez.
Fiquei pensando se não seria bom que todo mundo, ou pelo menos quem não morasse assim tão distante do local de trabalho fizesse a mesma coisa. Quando eu vejo centenas de automóveis entupindo as ruas e avenidas das nossas grandes cidades conduzindo muitas vezes apenas o motorista me dá uma tristeza danada.Fico me perguntando aonde vamos parar com essa loucura. Tem gente que não sabe caminhar cem metros para comprar  pão na padaria da esquina. Nem sabe e nem quer. As pessoas, e em especial as classes médias, se acostumaram tanto com o conforto dos seus automóveis que se recusam a abandona-los, ainda que seja por algumas horas ou para fazer trajetos curtos. Talvez isto seja também um reflexo de uma sociedade tremendamente egoísta na qual vivemos hoje. Cada qual que cuide de si!
Os grandes centros urbanos do Brasil estão no seu limite em termos de tráfego de automóveis. Os engarrafamentos viraram rotina. Não existe espaço para a circulação de uma quantidade de carros que aumenta velozmente a cada minuto. Tem carro demais para ruas de menos. Como consequencia natural disso o cansaço físico e mental, a ansiedade e o estresse tornaram-se nossos companheiros de viagem todos os dias.
A solução, ou menos um começo de solução, estaria na melhoria da qualidade dos sistemas de transporte coletivo (que em geral no Brasil é uma bela de uma porcaria, diga-se de passagem) e a adoção de restrição ao uso de automóveis (o rodízio é uma boa iniciativa). Além disso, campanhas educativas também ajudariam. "Andar a pé faz bem!" ou "Forme o seu grupo e caminhemos juntos!" poderiam ser bons slogans.
E voce, também é viciado em carro? Quantas horas por semana voce anda a pé?