terça-feira, 15 de março de 2011

NOSSA TRISTE FALTA DE MEMÓRIA

A imprensa brasileira nestes dias parece que não tem outro assunto que não seja o terremoto e o tsunami (bom nome para uma dupla sertaneja, não acham?) ocorridos no Japão. Os editores, os repórteres esgotam o assunto até a ultima gota (de sangue...). Às vezes temos a impressão de que estão até vibrando com a desgraça alheia. É aquela velha política do "quanto pior, melhor". Isso vende mais jornal, dá mais "ibope" para o rádio, a TV, a internet, etc. No fundo no fundo prevalece também na mídia (por que não?) a lógica sacana do lucro pelo lucro que vira as costas para qualquer tipo de valor moral. E dane-se o resto!
No Brasil, não faz tanto tempo assim, aconteceu uma tragédia que, se não teve as mesmas proporções (graças a Deus), nem por isso deixou de ser um fato triste e lamentável que destroçou milhares de vidas humanas. A imprensa tratou da mesma forma, com amplo destaque, com estardalhaço inclusive, mas logo esqueceu. Quem é que ainda fala sobre o assunto na grande imprensa? Claro que todo dia tem que ter matéria nova porque, afinal de contas, ninguém gosta de notícia "velha" ou "requentada". Mas esta necessidade de ser "atual" não deveria impedir nossos orgãos de imprensa de continuar noticiando fatos importantes do passado sim mas que ainda tem  (ou deveria ter) repercussão no presente.
Dizem que o brasileiro tem memória curta não é mesmo? Estou inclinado a concordar, mas acrescento que nossos prezados jornalistas de alguma forma tem certa responsabilidade sobre isso. Se o povo deste nosso país tropical  briga, xinga, reclama, e daqui a pouco esquece, os  homens e mulheres que fazem a nossa mídia mais ainda. E aqui reside o problema maior: na falta de cobrança o governo silencia também. Ficam para trás, levados pelo vento da história, as promessas dos administradores. O povo esquece, a imprensa se cala, o governo se acomoda e o Brasil dos mais  empobrecidos e lascados continua esperando pela próxima tragédia. Isso não é maravilhoso?

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