quinta-feira, 31 de março de 2011

PADRE JOSÉ CONBLIM

Além do ex-vice José Alencar uma outra morte aconteceu esta semana. Estou falando do teólogo belga, Pe. José Comblin, falecido nos arredores de Salvador. E já que hoje é dia 31 de março, dia em que recordamos com tristeza o golpe militar de 1964, convém ressaltar que este religioso foi duramente perseguido pelo regime, inclusive sendo expulso do país. Exilado no Chile, quando veio a ditadura fascista do general Pinochet, também de lá foi expulso por causa das suas idéias socialistas.
Pe. Conblim, ou simplesmente "Pe. José", como o povo empobrecido das Comunidades Eclesiais de Base (as Ceb's) carinhosamente o chamavam, foi igualmente perseguido por setores da hierarquia conservadora e direitista da Igreja Católica no Brasil. O seu discurso incomodava demais estes setores. As suas  reflexões teológicas de fato questionavam o sistema e certos bispos nunca gostaram de ouvir as verdades que precisavam ouvir. Para uma Igreja aferrada aos seus privilégios materiais e também comprometida com os poderosos a voz dos profetas com certeza faz um mal danado. 
Creio que a Teologia da Libertação ficou mais pobre, e a Igreja Católica idem. Aliás, a cada dia que passa parece que diminui mais o número de teóricos que se debruçam sobre as reflexões em torno de uma Teologia feita a partir do mundo dos oprimidos, e consequentemente de uma Igreja comprometida com as suas causas. Também diminui drasticamente, eu diria, a quantidade de padres, religiosas e leigos  engajados nas lutas sociais do país. Aquela onda de solidariedade com o movimento popular própria dos anos 80 e 90 se arrefeceu. 
Hoje em dia os movimentos eclesiais de caráter mais intimista e conservador predominam por todo canto. Por outro lado, bispos totalmente descomprometidos com a causa dos excluídos são nomeados para as dioceses e assumem a coordenação das Igrejas sem qualquer preocupação com a situação dos mais pobres. Isto sem falar que nos seminários os futuros padres, de um modo geral, estão querendo apenas uma profissão que seja ao mesmo tempo tranquila e mais ou menos lucrativa também. Uma lástima realmente!
Descansa em paz Pe. José. O povo dos pobres lhe agradece! Seu  testemunho de vida nos ajudará a sair desse marasmo em que nos encontramos e a Igreja dos oprimidos, pela qual o senhor tanto lutou, vai triunfar um dia!

quarta-feira, 30 de março de 2011

ALENCAR E LULA

Morreu José Alencar. A imprensa brasileira hoje não fala de outro assunto. O ex-vice vai receber "honras de Estado" e será velado no salão nobre do Palácio do Planalto. Políticos das mais diversas tribos aparecerão com seus ternos escuros e rostos circunspectos (ops!).Certamente rios de lágrimas (de crocodilo...) serão derramados, depoimentos emocionantes, etc vão encher as páginas dos jornais e haverão de circular solenemente em todas as TV' s. Creio que tudo isso faz parte do espetáculo, mas acrescento que eu não pretendo assisti-lo.
É muito expressivo, a meu ver, que o velório seja em Brasília. O falecido terá com certeza o seu lugar na história do Brasil e será reconhecido como o empresário que conseguiu "converter" Luis Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores ao sistema neo-liberal. O antigo líder metalúrgico e o partido que radicalizou posições e tantas vezes ateou fogo no ABC paulista dobraram os joelhos ao "deus-capital" para chegar ao poder. Quem acompanhou a trajetória de luta do PT nos anos 80 e vê agora a política de conchavos com os setores mais retrógrados da política brasileira a qual ele se lançou não o reconhece mais.
Ao fazer aliança com José Alencar Lula sinalizou muito bem quais eram as suas verdadeiras intenções. Não se tratava de um acordo digamos assim, "inocente" ou provisório, mas sim de uma estratégia para chegar ao poder e lá permanecer por muitos e muitos anos. Em poucas palavras: não importam os métodos, o importante é o fim que se busca. Lula e Alencar representam muito mais do que uma amizade. O PT abriu os braços (e as pernas...) para acolher os setores de centro-esquerda (na verdade uma direita disfarçada...) sempre ávidos de privilégios e ansiosos, como quase todos as nossas "excelências", por meter a mão nos cofres da "viúva". O pacto garantiu a vitória do nosso grande líder e guru e serviu também para escancarar de uma vez por todas o que todo mundo já sabia: o capital venceu! Os trabalhadores que se contentem com os "programas sociais", bolsa disso e daquilo. 
Enfim, morre Alencar mas permanece o pacto político, agora com a eleição da Dona Dilma muito mais consolidado. 
Descanse em paz José Alencar. Nós, o povo que trabalha para sustentar a "viúva" continuaremos aqui na terra Brasil o nosso sofrer de cada dia!

terça-feira, 29 de março de 2011

UMA MÃO DÁ E A OUTRA TIRA...

O Governo Federal dá com uma mão e tira com a a outra. Detalhe: tira muito e dá pouco. O reajuste da tabela do Imposto de Renda foi só de 4,5, bem abaixo do que reclamavam as centrais sindicais. Os dirigentes foram falar com a Dona Dilma e saíram do palácio de mãos abanando. Não levaram nada, mas em compensação agora já podem tomar a sua cervejinha no final do expediente com um aumento de preço. Resultado: até para "esquecer" um pouco os problemas da vida o trabalhador brasileiro paga caro!
Brincadeiras a parte, o que sabe realmente é que quanto mais o governo arrecada, mas quer arrecadar. A fome nunca será saciada. No Brasil o cidadão trabalha cerca de três meses só para tentar saciar esta fome oficial, a fome chapa-branca, sem rosto e sem nome. E todo mundo paga, querendo ou não. Pagamos imposto até quando estamos dormindo! Somos campeões mundiais na arte de garfar o dinheiro do povo e entregá-lo pacificamente a "viúva".
Creio que aumentar imposto sobre bebidas alcoólicas não é tão ruim assim.O mesmo se diga a respeito das compras feitas no exterior. O pior mesmo é saber que todo esse dinheiro dos impostos, taxas, multas, etc. não traz benefícios a população, de modo especial aquela gente que mais precisa do amparo do governo. Incrível! Parece que a proporção é inversa, ou seja, quanto mais se paga imposto nesse país, menos hospitais públicos são construídos, menos escolas são erguidas, menos qualidade temos na prestação dos serviços públicos em geral,  menos qualidade de vida adquirimos.
A tal da "reforma tributária" até hoje não saiu do papel. Evidentemente que se depender apenas do governo (os governos) as coisas vão permanecer como estão. Na verdade o que existe no Brasil no campo tributário é uma confusão dos diabos! O tempo passa e nem o Executivo nem o Legislativo se movem para tentar, de fato, estabelecer um sistema mais justo, isto é, que não penalize tanto os assalariados e a produção, mas que faça o governo arrecadar de forma equilibrada. Este equilíbrio se daria no momento em que a especulação financeira pagasse mais e os trabalhadores e todas as pessoas que produzem bens e geram emprego e renda pagassem bem menos. Seria um sonho?
PS.- A propósito, já que a água mineral também vai subir de preço, vou sair de casa agora com a minha garrafinha debaixo do braço. Eu heim !

segunda-feira, 28 de março de 2011

O DES-SERVIÇO PÚBLICO NO BRASIL

         Vamos começar a semana falando sobre o serviço público, do qual, aliás, eu já participei como funcionário concursado do antigo INPS, lá pelos idos de 1970 e lá vai fumaça...! O fato é que, segundo o jornal "Folha de São Paulo", nos oito anos do Governo Lula da Silva, cerca de 200 mil novos funcionários foram contratados para o serviço público, isto sem contar os famosos "comissionados", ou seja, aquela galera que entrou pelas portas do fundo, sem concurso nenhum. São militantes dos partidos da "base aliada", parentes e "aderentes" dos chefões da Esplanada do Ministérios e do Congresso Nacional, cabos eleitorais dos velhos caciques da política brasileira, etc.
              Diante disto, o cidadão ou a cidadã bem intencionada poderia concluir que o serviço público federal melhorou sensivelmente. Poderíamos supor que o atendimento nas repartições hoje em dia é bem melhor do que a oito ou dez anos atrás. Os hospitais tem mais médicos e enfermeiros, as filas na Previdência diminuiram, as universidades tem mais professores concursados, etc. Pelo menos em termos de quantidade de servidores para o atendimento a população o serviço teve uma melhora expressiva.
             Não poderia haver maior engano! Na verdade, o serviço que é prestado a população em geral só fez piorar nos últimos anos. Os hospitais não tem pessoal técnico suficiente, as filas se multiplicam a cada dia, as nossas universidades foram esvaziadas de bons profisisonais e por toda parte proliferam os "arranjos" e as "gambiarras", as improvisações, os "puxadinhos"...  Nada mudou no serviço público brasileiro nesse período do "Lulismo", apesar da propaganda oficial, cujos gastos, por sinal aumentaram consideravelmente. As pessoas pensam duas vezes antes de ir a uma repartição pública tentar resolver algum problema. Todo mundo "treme nas bases" porque sabe o que é que vai enfrentar.
              Por outro lado, "nunca antes nesse país" (como dizia o nosso "guru" e grande líder Lula da SIlva...) tanta gente desejou entrar para o serviço público. Mesmo que os salários não sejam assim tão altos, as pessoas sabem que a estabilidade no emprego, algumas mordomias e a falta de cobrança (e de responsabilidade até) por resultados ainda fazem deste tipo de emprego um "mar de rosas" (ou de lama, às vezes).
            Tomara que Dona Dilma consiga ao menos dar uma sacudida nas estruturas arcaicas da administração federal. O mundo mudou e o Brasil também precisa mudar. Os brasileiros precisam de um estado moderno, eficiente, capaz de atender às suas legítimas demandas. A morosidade, a incompetência e a falta de profissionalismo tão próprios do serviço público no Brasil precisam acabar de uma vez por todas!

sexta-feira, 25 de março de 2011

QUEM NÃO DEVE NÃO TEME

Final de semana chegando... o país curtindo a "ressaca" da triste decisão do STF sobre a "Lei da ficha limpa"... Fico pensando que há homens (e mulheres naturalmente) e instituições que marcam, que deixam o seu selo indelével (ops!) nos anais (ops!) da história através das suas atitudes ou das posições que assumiu, muitas vezes corajosamente, remando contra a maré. Outros (e outras...), pelo contrário, entram e saem da história humana como se nela nunca tivessem entrado. São figuras de alto relevo político-social, mas também amorfas, sem cheiro nem sabor. Por mais "emplumados" ou "encapados" que sejam, de fato, nada representam. Ao fim e ao cabo, a história julgará inexoravelmente esta gente e seus feitos irão para a vala comum da mediocridade rapidamente esquecida. Os medíocres e os covardes não deixam rastros eternos. Os omissos muito menos!
Tudo bem, vamos aplaudir agora Dona Dilma. Sim, não se assustem, eu disse aplaudir. Nesta semana A PresidenTA declarou apoio a criação da chamada "Comissão da verdade" que deveria apurar o desaparecimento de dezenas de combatentes de esquerda que tombaram na luta contra o regime militar no Brasil. Evidentemente que as nossas Forças (des) Armadas preferem ver o diabo pela frente do que ter que enfrentar interrogatórios e sacar dos arquivos os seus relatórios ultra-secretos. Essa postura, inclusive, é suspeita, porque, como diz o velho ditado, "quem não deve não teme".  Nos primeiros dias do novo governo, aliás, o general que chefia o Gabinete de Segurança Institucional botou a boca no mundo e protestou ferozmente contra a criação da supra referida comissão (ops!). Ainda bem que Dona Dilma lhe deu logo um puxão de orelhas. Bem feito!
A meu ver não se trata de atirar mais lenha na fogueira. Penso que a comissão não deveria ter  um cunho revanchista, digamos assim, Com certeza a lei da anistia valeu para todos, militares e guerrilheiros. O centro das atenções deve estar voltado para a busca dos corpos das  pessoas que foram mortas pelas forças de segurança e que simplesmente desapareceram. Uma questão importante também é a liberdade de acesso a todos os arquivos militares a fim de que o Brasil tome conhecimento de tudo quanto se passou. Creio que a nação brasileira precisa disso. Não há porque ter medo agora. Como disse Jesus, "a verdade vos tornará livres!".

quinta-feira, 24 de março de 2011

A FESTA HOJE É DOS CORRUPTOS!

             Hoje, quinta feira, 24 de maio de 2011, o Brasil amanheceu de luto. Na noite passada o Supremo Tribunal Federal resolveu derrubar a aplicação da chamada "Lei da ficha limpa" que "tirou de circulação" um bom numero de políticos corruptos, impedindo a sua posse em cargos eletivos. De acordo com a decisão do STF a lei só     passará a valer a partir das eleições municipais de 2012. Antes disso, nada.
            Enfim, hoje é dia de tristeza para o povo brasileiro, que por sinal foi quem fez a proposta diretamente através de um "projeto de iniciativa popular", figura jurídica criada pela Constituição, sem dúvida, uma das melhores coisas que a nossa Lei Magna contempla. Esta foi uma luta muito grande, assumida por diversas organizações da sociedade civil como apoio decisivo da Igreja Católica. Milhares e milhares de assinaturas foram colhidas em todo o país, expressando o descontentamento e até mesmo a revolta do nosso povo com relação a bandalheira que infelizmente ainda permanece na administração pública. Agora foi tudo por água abaixo!
         Mas se por um lado a tristeza invade o Brasil, por outro os corruptos fazem festa. Muito uísque 12 anos vai rolar! Tipos como Jader Barbalho, do Pará, por exemplo, não cabem em si de contentes. Todo esse pessoal poderá voltar tranquilamente ao Legislativo e sorrir para as câmeras de TV como se nada tivesse acontecido. Gente condenada em três instâncias judiciais, ladrões mais do que conhecidos e reincidentes, falarão grosso e pousarão de honestos e probos.  Todos eles (e elas) estarão novamente à vontade para continuar roubando o dinheiro público, a saúde do povo, a merenda escolar das crianças, etc., sem que ninguém os incomode.
          O que mais me assusta é o fato de saber que os "homens e as mulheres de capa preta", bem como a maioria dos nossos executivos e legisladores, não estão nem aí para os sentimentos e as aspirações do povo brasileiro. Tenho a impressão mesmo de que não existe qualquer sintonia. São seres descolados da realidade brasileira. Vivem num mundo à parte! Com certeza em seus carrões oficiais, de vidros "fumê", as "excelências" que nos governam e dizem o que é direito e o que não é, dificilmente enxergam o sofrimento do "Zé povinho", esta pobre gente que lhes paga o salário e lhes concede as mordomias.

quarta-feira, 23 de março de 2011

PARTIDO DO INTERESSE PRÓPRIO

Talvez o fato político mais importante destes últimos dias, depois da visita do Obama, foi o lançamento de um novo partido, o PSD, tendo à frente o Prefeito de São Paulo, Gilberto Kasab, ex-DEM. A "festa" foi em Salvador, onde o Vice Governador do Estado, Oto Alencar, juntamente com um bom grupo de prefeitos e vereadores baianos, também aderiu a esta nova agremiação política. 
Tudo bem. Mas a questão que se coloca (e que preocupa muito, por sinal) é que as oposições pouco a pouco vão se desfigurando e perdendo a sua força no Brasil. Daqui a um tempo vai ser difícil encontrar  neste país quem queira dizer qualquer coisa contra o "sistema" PT=PMDB. Vai ficar todo mundo de boquinha fechada, e naturalmente "comendo" no prato do governo e "mamando nas tetas da viúva", aquela que nós sustentamos. Os petistas aprenderam muito rapidamente, por sinal, o que significa ter uma "boquinha" na Esplanada dos Ministérios e seus arredores... Seus "professores", as velhas raposas do PMDB, estão todos contentes com este rendimento "escolar".
O Kasab parece que se cansou de ficar sempre do lado de fora, de não ser convidado a participar do "esquema" federal. Na verdade ele está pouco se importando se o DEM vai morrer ou não. O prefeito não quer  ser contra o governo porque não  tem competência nem caráter oposicionista. Ora bolas, no lado das "boquinhas" tudo é mais fácil. Então é muito simples, funda-se um partido sem cor, sem bandeira, sem porra nenhuma a não ser o desejo, o afã de chegar junto de quem tem a poderosa caneta das nomeações e a brilhante chave dos cofres da nação. Aliás nem podemos chamar o "novo" PSD de partido propriamente dito. Não passa de uma farsa, como a grande maioria dos partidos políticos brasileiros. Isso explica tudo meus senhores e minhas senhoras! Não existe ideologia mais neste país. Todos querem abocanhar sua parte no espólio da "viúva". 
Meu medo é de que estejamos caminhando para consolidar este "sistema", o sistema de um partido só: o PIP, Partido do Interesse Próprio. Nada mais triste!

terça-feira, 22 de março de 2011

PARA ONDE VÃO OS NOSSOS PROFESSORES?

A vida de um professor no Brasil não é nada fácil. A coisa é muito pior quando se trata de professor da rede pública de ensino. Com exceção, talvez, de um seleto grupo que leciona nas universidades, o magistério pago pelos governos é sofrido, suado, desprestigiado... e tudo de ruim que possamos imaginar.
Ontem li na "Folha de São Paulo" uma matéria que dizia que muitos professores concursados e que tomaram posse neste início de ano estão pedindo para sair. As demissões voluntárias crescem a cada dia sob a alegação, sobretudo, de falta de estrutura nas escolas e problemas relacionados a disciplina e interesse dos alunos. Os jovens que terminam uma faculdade e pensam em dedicar-se ao magistério nos ensinos fundamental e médio estão, digamos assim, com o pé atrás. Mesmo sendo aprovados em concursos no estado ou na prefeitura, esses novos mestres não se sentem atraidos a ingressar na carreira.
Bem, que a educação neste país continua uma droga, isto todo mundo está careca de saber. Apesar deste ou daquela "avanço", a situação não mudou muito. O Brasil perde feio em todos os índices, inclusive no nível universitário. Recentemente foi publicada uma pesquisa que mostrou quais são as 100 melhores do mundo e nenhuma, repito, nenhuma universidade brasileira foi contemplada. Sem dúvida o mundo sabe, além de nós, que a educação (pública) no Brasil é de péssima qualidade.
Creio que se não mudarmos rapidamente este quadro, daqui a pouco não haverá mais profissionais nas escolas. Com esta falta de apoio e incentivo a docência, o que será das futuras gerações? Professores sem estímulo, mal remunerados e humilhados em sala de aula, certamente pensarão em cair fora do magistério e ganhar a vida em outra profissão. Então, aonde vamos parar? Ou será que é possível construir um país forte e dinâmico sem uma boa educação? Dona Dilma sabe disso, e se ela sabe, esperemos que faça alguma coisa, antes que seja tarde.

segunda-feira, 21 de março de 2011

DEPOIS DE OBAMA

                    E aqui estamos, pela Graça de Deus e insistência nossa. Tudo bem! Começamos a semana um tanto quanto indignados com a manchete do "Correio Brasiliense" desta segunda feira: "Brasil em festa". O assunto (ainda) era a visita do Presidente dos Estados Unidos que aconteceu neste final de semana. O jornal, em tom quase bajulador, diga-se de passagem, enaltece de maneira especial o discurso de Obama no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em nenhum momento, porém, fala dos protestos silenciosos que ocorreram em várias partes do Brasil. 
                       Uma dessas manifestações tinha pouca gente, mas o seu significado era muito grande. Os parentes e amigos dos mortos naquele acidente com o avião da GOL derrubado por um jatinho que seguia em direção aos EEUU, vestidos de preto, traziam cartazes pedindo a devida punição para os pilotos americanos, responsáveis pela tragédia. Para quem não sabe, esses "caras" ainda não foram levados a julgamento e vivem "numa boa", como se nada tivesse acontecido. Por outro lado a justiça brasileira também não parece estar assim tão interessada no assunto não.  E todo mundo sabe, inclusive os americanos, que os  pilotos do "Legacy" foram os causadores do acidente. Como dizia minha avó, "quem morreu foi quem perdeu a vida"..
                         Sincera e honestamente não estamos enxergando motivos para essa euforia do "Correio" e de outros tantos jornais. Que vantagens trouxe a visita de Obama para nós? O que foi que mudou efetivamente? Os Estados Unidos, historicamente, ajudaram o Brasil em quê? Neste momento o que podemos esperar do "Tio Sam"? Quem precisa mais de quem? Encerrada a seção dos "rapa-pés" e "beija-mãos", depois que a banda parar de tocar o que vai sobrar de tudo isso?
                     Mas a visita do Presidente deixou para a crônica dos fatos pitorescos deste nosso país um episódio marcante: a segurança de Obama tentou revistar um grupo de Ministros de Estado, inclusive o Sr. Edsom Lobão. Perguntas que não querem calar: 1) Será que quando a Dona Dilma for visitar a Casa Branca nossos seguranças vão poder fazer a mesma coisa com o pessoal de lá? 2) A tarefa de revistar o Lobão deveria ter sido feita a muito tempo, mas não pelos americanos e sim pela PF brasileira!

sábado, 19 de março de 2011

OBAMA CHEGOU, E DAÍ?

Excepcionalmente escrevemos hoje, sábado, para falar do assunto principal (e bota principal nisso) do final de semana. Esta também é uma forma de "compensar" os nossos queridos leitores e leitoras, uma vez que falhamos bastante ao longo desta semana que está acabando. Digamos que isto seja um "bonus"...
O Obama chegou minha gente! Milhares de milicos, um aparato fenomenal de segurança foi montado pra receber o presidente dos EEUU. Além de ruas e avenidas, até bares e igrejas foram fechadas para nã "perturbar" o mandatário mais importante do mundo. O que nos parece engraçado (pra não dizer triste) é que quando se trata de proteger a população em geral, esta gente que não dispõe de carro oficial nem nada, a polícia some de vista. Na rodoviária aqui de Brasilia, por exemplo, aos domingos ninguem procure um policial porque não tem nem pra remédio.
Mas o que haverá por detrás dos belos e emocionantes discursos que Dona DIlma e Obama vão fazer hoje e amanhã? Que repercussão terá este falatório? Mudarão as relações entre Brasil e Estados Unidos daqui pra frente? Tudo indica que não. O tempo vai passar e os confetes se dissiparão. O "beija-mão" ficará na memória das autoridades sempre desejosas por dez minutos de fama... Além disso nada mais! A questão do protecionismo americano com relação aos produtos agrícolas que exportamos para lá, por exemplo, continuará sem solução. O etanol (combustível) sofre muito com essa sobretaxa imposta pelos ianques.  Lembremo-nos também que na terra do Tio Sam as coisas não estão assim tão bem não. O desemprego é grande, maior do que o nosso e economia ainda não saiu da crise.
Por uma questao de boa educação, o povo brasileiro vai receber o presidente americano. Tudo bem. Mas não venham com delírios nem sonhos de babaca. Obama não é nenhum santinho e sabe muito bem o que quer. Nós também sabemos, faz tempo... Apesar de tudo, o império ainda é império e sua fome de poder ainda é a mesma.

quinta-feira, 17 de março de 2011

ESCRAVOS DE MÁQUINAS

Começo pedindo mil desculpas, aliás um milhão, um bilhão, um trilhão talvez de desculpas pela falha de quarta feira passada. Tal quantidade exorbitante se deve ao numero de leitores e leitoras assiduas deste poderoso blog que com certeza ficaram pra lá de chateados ao ver que o artigo de ontem, quarta feira, não saiu. Aliás, saiu (pela culatra...)
Vamos à explicação: estava eu escrevendo sobre a Deputada Federal Jaqueline Roriz, filha dileta do ex-governador de Brasília, metida até o pescoço na falcatrua do "mensalão do DEM", quando de repente, não mais que de repente, o meu computador "deu prego", como se diz no jargão popular. E não houve apelo aos céus que resolvesse a questão. O bicho parou de vez e me deixou na mão. Sabe aquela sensação
de impotência total diante da máquina? Conhece  aquela vontade de pegar a zorra e jogar pela janela? Foi mais menos isso o que aconteceu.
Mas, passada a ira, me pus a pensar nesta horrível dependência que hoje temos das máquinas, e dos computadores de um modo particular. Parece que sem querer (querendo..) nos deixamos escravizar pela tecnologia. Com relação ao celular, por exemplo, tem gente que morre de medo só de pensar em ficar um dia sem o bendito aparelho falador. E do computador acho que o numero de "dependentes" também deve ser enorme. Isso é quase um vicio meu Deus!
Sem as máquinas maravilhosas do mundo moderno a pessoa se sente como um lavrador sem a sua enxada, ou o açougueiro sem uma boa faca, ou o padeiro sem o trigo. Não sei se é tudo isso é bom ou é ruim. Talvez ainda seja muito cedo pra se fazer um juizo de valor. Mas no fundo no fundo tenho o receio de que se não tivermos um certo cuidado acabaremos assim meio "tecno-dependentes", achando que não somos nada nem podemos nada sem a ajuda dos bytes, dos circuitos, dos gigas, das placas, etc e tal. E o que é pior, talvez encerremos nosso dia entristecidos, que nem eu, pelo simples fato de não poder escrever e mandar para o universo inteiro algumas mal traçadas linhas.

ESSA TAL DE COISA PUBLICA...

O que mais se fala em Brasília é o caso da deputada federal Jaqueline Roriz, filha do ex-governador do Distrito Federal, metida até o pescoço na grande onda de corrupção que há tempos acontece por aqui pelo planalto central, assim como em outras regiões deste nosso Brasil varonil. A quadrilha envolve tanta gente que seria preciso um estádio de futebol para manter essas pessoas atrás das grades. O chamado "mensalão do DEM", cópia quase fiel do famoso "mensalão do PT", foi manchete de jornal por algum tempo, mas a exemplo do seu antecessor logo logo foi esquecido. Aliás, já se passaram mais de seis meses e ainda não aconteceu o julgamento do Sr. José Dirceu e Cia Ltda (ilimitada na arte de desviar dinheiro publico para fins político-eleitoreiros...). Então, convenhamos, neste ponto PT e DEM estão tecnicamente empatados.
Para completar o quadro, a supra citada deputada ("daputada", como me dizia uma velha líder comunitária no sertão da Bahia certa feita), também empregou uma turma enorme de parentes e "aderentes", além de desviar uma boa grana para as empresas do marido. É aquela velha estória "família que rouba unida permanece unida!". Neste ponto a Jaqueline até que foi coerente, isto é, seguiu à risca o mesmo modelo político do seu pai e de uma boa parte da classe política desse nosso país. Condená-la, então, por que?
Acontece que "o buraco é mais embaixo", pra ser mais claro. O brasileiro é assim mesmo! A noção que nós temos de "coisa pública" na realidade é mais privada do que pública. O que era para ser de todos, acaba sendo de uns poucos espertalhões. Achamos tranquilamente que esta apropriação é normal. Não tem nada de mais meter a mão no dinheiro do povo para beneficiar a família, os amigos, os correligionários, etc. A lei é simplesmente esta: "Mateus, Mateus,primeiros os teus..!".
Enquanto não mudarmos esta mentalidade "privacionista" (ops!)nada vai mudar no Brasil.  Creio que isto só se daria através de um maior investimento na educação de base, formando as futuras gerações para o real sentido da "coisa pública". Não sei se é este exatamente o interesse principal dos nossos governantes de plantão.

terça-feira, 15 de março de 2011

NOSSA TRISTE FALTA DE MEMÓRIA

A imprensa brasileira nestes dias parece que não tem outro assunto que não seja o terremoto e o tsunami (bom nome para uma dupla sertaneja, não acham?) ocorridos no Japão. Os editores, os repórteres esgotam o assunto até a ultima gota (de sangue...). Às vezes temos a impressão de que estão até vibrando com a desgraça alheia. É aquela velha política do "quanto pior, melhor". Isso vende mais jornal, dá mais "ibope" para o rádio, a TV, a internet, etc. No fundo no fundo prevalece também na mídia (por que não?) a lógica sacana do lucro pelo lucro que vira as costas para qualquer tipo de valor moral. E dane-se o resto!
No Brasil, não faz tanto tempo assim, aconteceu uma tragédia que, se não teve as mesmas proporções (graças a Deus), nem por isso deixou de ser um fato triste e lamentável que destroçou milhares de vidas humanas. A imprensa tratou da mesma forma, com amplo destaque, com estardalhaço inclusive, mas logo esqueceu. Quem é que ainda fala sobre o assunto na grande imprensa? Claro que todo dia tem que ter matéria nova porque, afinal de contas, ninguém gosta de notícia "velha" ou "requentada". Mas esta necessidade de ser "atual" não deveria impedir nossos orgãos de imprensa de continuar noticiando fatos importantes do passado sim mas que ainda tem  (ou deveria ter) repercussão no presente.
Dizem que o brasileiro tem memória curta não é mesmo? Estou inclinado a concordar, mas acrescento que nossos prezados jornalistas de alguma forma tem certa responsabilidade sobre isso. Se o povo deste nosso país tropical  briga, xinga, reclama, e daqui a pouco esquece, os  homens e mulheres que fazem a nossa mídia mais ainda. E aqui reside o problema maior: na falta de cobrança o governo silencia também. Ficam para trás, levados pelo vento da história, as promessas dos administradores. O povo esquece, a imprensa se cala, o governo se acomoda e o Brasil dos mais  empobrecidos e lascados continua esperando pela próxima tragédia. Isso não é maravilhoso?

segunda-feira, 14 de março de 2011

AS NOSSAS FORÇAS DESARMADAS

O jornal "Folha de São Paulo" publicou neste domingo uma ampla matéria sobre a situação atual das nossas gloriosas Forças Armadas. Acho que seria melhor chama-las agora de "Forças Desarmadas", uma vez que, segundo aquele periódico, tanto o exército como a marinha e a aeronáutica estão com quase metade dos seus equipamentos sucateados. Carros de combate, navios de guerra, aviões, submarinos, etc. estão "no prego", como se diz popularmente. Sendo assim, se por acaso tivéssemos necessidade deste arsenal dificilmente o Brasil se sairia bem. A não ser que pedíssemos emprestado ao Hugo Chaves, ou a um outro "companheiro" do grande círculo e amizades do Lula. Já pensou no ridículo que seria? Uma outra alternativa seria levar os trios elétricos da Bahia para infernizar os ouvidos das tropas inimigas... ou os cantores "breganejos" para encher o saco do pessoal... Garanto que a bandeira branca da paz seria levantada antes do  tempo. Quem aguenta? Mas, falando sério, como diria aquele velho apresentador de TV, "isto é  uma vergonha!". 
Além disso, o que me chamou a atenção foi a questão da distribuição dos contingentes militares pelo território nacional. As tropas estão concentradas mais nas regiões Sul e Sudeste, além de Brasília, enquanto que a Amazônia fica com pouca gente para a vigilância e a defesa das nossas fronteiras. Trocando em miúdos: tem militares de mais em lugares que teoricamente não haveria tanta necessidade assim e militares de menos naqueles pontos estratégicos do Brasil. Eu, por exemplo, cidadão novato em Brasília, acho muito estranho a quantidade de marinheiros que por aqui residem. Creio que o "Paranoá" e os outros lagos da Capital Federal tem a maior concentração de marinheiros do planeta. Parece piada mais é verdade. O pessoal do governo no DF está super protegido, sem dúvida. Nossa Amazõnia que se dane!.
O que de fato preocupa é saber que o tráfico de armas e drogas, apenas para citar um exemplo, acontece justamente na região amazônica. Faz um  tempão que se discute este assunto e as coisas parecem que não evoluiram muito nesses últimos anos. Nossas fronteiras continuam desprotegidas e o crime organizado segue festejando. Enquanto isso, no Planalto Central e em capitais os quartéis estão cheios de militares que  passam o dia coçando o saco... (com todo respeito)  Resumo da ópera: com equipamentos sucateados e meia dúzia de militares para vigiar milhares de quilômetros fica realmente muito difícil se falar em "segurança nacional". Que coisa mais absurda: dá até pra ter saudade do regime militar, este sim investiu pesado no setor. De lá pra cá, só retórica!

sexta-feira, 11 de março de 2011

DEPOIS DO CARNAVAL...

Olá pessoal, bom dia! Pois é, andei "sumido" e deixei este blog assim meio abandonado, parecendo a Esplanada dos Ministérios aqui em Brasília na semana do carnaval. Tentei imitar os nossos queridos parlamentares que só voltam a trabalhar (?) na segunda feira próxima mas não consegui. Deste modo, estou retornando hoje ao batente digo, ao baticum destas teclas...
E o carnaval? O carnaval do Rio de Janeiro é a aquela mesma coisa de sempre. Fico cansado logo na terceira escola que desfila. Perdoem a minha santa ignorância, mas acho tudo igual. Mas em Salvador e "no Ricife", como dizem lá os pernambucanos..., o carnaval também se repete. No Rio este ano parece que começaram a ressurgir com mais força os blocos de rua. Não sei se a Globo exagerou (ela é carioca da gema e sempre puxa um pouco de brasa para sua sardinha)!), mas vi muita animação no povão que brincava atrás desses blocos de carnaval. Isso é muito bom, porque de alguma maneira quebra o monopólio do sambódromo. 
Na festa patrocinada pela máfia do "jogo do bicho", tradicional meio de lavar dinheiro do crime organizado no RJ, venceu a "Beija Flor". Tudo indica que houve maracutaias políticas nesta  homenagem a Roberto Carlos. Sabe como é né? No Brasil tudo é política, ou melhor, politicagem. O impossivel não existe pra quem está no poder. Como diz o ditado "manda quem pode, obedece quem tem juizo". A regra também se aplica ao carnaval da Bahia, fonte de lucros astronômicos pra Dona Ivete Sangalo, Bel do Chiclete e outros mafiosos. O dinheiro público, nosso suado dinheirinho, financia um pedaço bom dos seus lucros.
A nota mais triste desse carnaval, porém, foi o aumento de 50%, em relação a 2010, nos índices de acidentes nas estradas que cortam o país. Cerca de 200 pessoas perderam a vida. Pôxa, é muita gente! A danada da cachaça e a imprudência são os fatores determinantes, tendo como aliada também a péssima condição de boa parte das nossas estradas.
Bom final de semana pra todo mundo! E parafraseando meu velho pai aviso que, "depois da tempestade vem a bonança", ou seja, depois do carnaval vem a ressaca, e depois dela as contas a pagar!...

quinta-feira, 3 de março de 2011

A REFORMA DOS PICARETAS

A manchete principal do jornal "O Globo" de ontem, quarta feira, dizia respeito ao "time" escalado para compor a Comissão da Camara dos Deputados que vai discutir (mais uma vez...) o projeto de reforma política que há anos vive dormindo nos arquivos daquela casa legislativa. O "time" realmente é de primeira linha, benza Deus! Foram escolhidos, por exemplo, os deputados Paulo Maluf, Waldemar Costa Neto, Newton Cardoso e outros cujas condenações na justiça somam pelo menos uma centena de anos. Se esta comissão fosse instalada numa penitenciária federal estaria em casa...! A indicação dessa turma é o mesmo que colocar um alcólatra inveterado como gerente de boteco (!), ou uma criança para tomar conta de uma loja de chocolate...  Em síntese, juntamos a fome com a vontade de comer...!
Mas, infelizmente foi este o Legislativo que nós escolhemos. Digo nós e não "o povo", porque em geral a gente costuma jogar a culpa pra cima dele, "o povo", esta figura meio desfigurada que na verdade ninguém sabe exatamente o que é. Não, a culpa é nossa e nós somos este povo que rala de sol a sol pra sustentar o Brasil. Digo e repito, este foi o Legislativo que NÓS escolhemos! Foram esses os representantes que através do voto colocamos em Brasilia para defender nossos interesses. Se escolhemos mal, paciencia, vamos ter que aturar suas "excelencias" até o fim!
Que é preciso discutir com a devida seriedade esta reforma ninguem duvida. O problema é que o politicos (sobretudo os maus, que parecem ser a maioria...) não querem. Fingem que querem, mas no fundo no fundo o que eles (e elas) querem mesmo é manter os  seus privilégios pelos séculos dos séculos amém! Então, enquanto não mudarmos nosso modo de ver a política e de FAZER política as coisas continuarão do jeito que estão. Vamos continuar a assistir espetáculos de mau gosto todos os dias, um show de picaretagens, falcatruas, ladroagens e o diabo a quatro nos gabinetes acarpetados de Brasilia.
Que Deus nos defenda!
O jornal "O Globo" desta quarta feira, estampou na manchete principal o "time" escolhido para compor a comissão da Câmara dos Deputados que vai discutir (mais uma vez!) a chamada "Reforma Política". Olha, só tem gente boa (!), tipo Maluf, Newton Cardoso

quarta-feira, 2 de março de 2011

SÓ O TEMPO DIRÁ

Meus amigos e minhas amigas (outros e outras nem tanto...) a coisa tá feia e o bicho parece que tá pegando!  Tudo leva a crer que o tempo das "vacas magras " se aproxima... Depois do corte de 50 bilhões de reais anunciado por Dona Dilma, (aliás, pelos ministros porque ela mesma não dá notícia ruim pra ninguém, muito menos pro povão nesta hora...) os analistas já começam a fazer análises, digamos, não muito otimistas com relação a economia brasileira de agora por diante.
Dizem os estudiosos da nossa economia que o Lula gastou demais. Bom, justiça seja feita, não foi apenas ele não. A "farra" com o dinheiro do contribuinte foi geral! Mas, continuemos a fazer justiça, todo governo gasta demais, e com a trinca PT=PMDB no poder não foi diferente. O poder público gasta mais do que arrecada, e olha que no Brasil se arrecada, ou melhor se extrai covardemente do bolso de milhões e milhões de cidadãos, trabalhadores e trabalhadoras, fatias enormes, não da renda, mas do salário. Aliás, não deveríamos chamar o I.R. de  Imposto de Renda, mas I.S. Imposto sobre Salário mesmo. Nossos governantes sempre foram muito bons nisso, ou seja, na arte de surrupiar o suado dinheiro do povo!
Chego a ter pena da Dona Dilma, coitada, sendo obrigada a dar meia volta nas suas promessas de campanha logo no início do governo. O programa "Minha casa minha vida", uma das principais bandeiras de sua campanha sofrerá um corte profundo em 2011. Com certeza outros programas sociais também serão brecados, a não ser que seja criado um novo imposto, o que é  pouco provável mas não impossivel. Sinceramente, aliás, de governos, sejam eles quais forem, eu não duvido absolutamente mais de nada.
De qualquer modo, não vamos nos precipitar minha gente! Como dizia o personagem da TV, é preciso ter "muita calma nesta hora"... Análises meio catastróficas ou por demais pessimistas não ajudam. Pelo contrário, só atrapalham. É preciso dar tempo ao  tempo. Vamos ver no que é que vai dar isso tudo. A inflação vai subir demais em 2011? O consumo vai cair? A economia vai estagnar? O desemprego crescerá? Só o tempo dirá. E o povão, o lado fraco dessa corda,  sofrerá como sempre.

terça-feira, 1 de março de 2011

LIÇÕES QUE CHEGAM DA LÍBIA

             Sempre se disse que aquela parte do mundo que sustenta o mundo "petrologizado" (ops!), quer dizer, esse nosso mundo movido (e poluido) a derivados de petróleo era um verdadeiro "barril de pólvora". A queda do ditador do Egito, e agora a mais que provável queda de Kadafi na Libia, comprova isto. 
               O que me chama a atenção é o fato de as grandes potências, puxadas pelos Estados Unidos, ocuparem os espaços da mídia internacional para, de repente, não mais que de repente, pousarem de defensores da democracia e dos direitos humanos. E o Brasil, chefiando temporariamente o Conselho de Segurança da ONU, também colocou-se neste grupo. Sim, o mesmo Brasil cujo então Presidente Lula visitou a Líbia e encheu o seu ditador de elogios. Rolou abraços, afagos e belos discursos dirigidos também em outras visitas a diversos ditadores pelo mundo a fora. Diga-se de passagem que o fato não é tão antigo assim não, mas ao que parece a nossa diplomacia mudou repentinamente de rumo. Será por acaso o chamado " efeito Dilma"? Isso me faz lembrar aquele nosso presidente que falou o seguinte: "esqueçam o que eu disse!" E assim nossos políticos vão vivendo, movidos a demagogia, aqui dentro como lá fora.
              A crise no Egito e na Líbia, que com certeza mais cedo ou mais tarde vai se expandir por outros países da África e Oriente Médio, também serve de alerta para todas as nações do planeta. E dessa crise podemos tirar muitas lições. Aliás, a sabedoria da humanidade consiste também em aprender com a história, seus erros e acertos.  No mundo globalizado, interconectado já não existe mais espaço para ditaduras ou dogmatismos. Vivemos hoje o tempo do diálogo, um diálogo cada dia mais amplo, geral e irrestrito. Ninguém mais pode se dar ao luxo de pretender ser o "dono da verdade" ou de dizer o que é certo e o que é errado. A verdade só poderá surgir da liberdade de expressão e da comunicação (inter-comunicação) permanente das opiniões.
        Tomara que cesse a matança e que o povo daquele país possa reencontrar a paz, uma paz que brota da livre expressão de idéias. Dizem que a democracia não é o melhor regime, mas por enquanto ainda não inventaram uma coisa melhor.