Meus amigos e minhas amigas, insistentes (e raros) leitores deste blog um tanto quanto esculhambado, O BBB 11 já começou. A Globo mais uma vez de olho naquela turma de abestados em busca da fama (sub-fama, melhor dizendo), embora o seu verdadeiro interesse esteja nas cifras ($$$) milionárias que o programa arrecada a cada edição. Diga-se de passagem que este dinheiro sai do bolso de milhares de cidadãs e cidadãos brasileiros, a meu ver tão abestados quanto os confinados na casa. Enfim, na minha modesta opinião é tudo a mesma porcaria, quem produz, quem participa e quem assiste também.
Na verdade aqui fora, nas ruas desse Brasil varonil (ou mulheril, quem sabe), vivemos também um grande BB. Trata-se de um mega show produzido por milhões de celulares que circulam de orelha em orelha, 24 horas por dia, em todos os rincões da nossa pátria amada salve salve!. O sujeito viaja de ônibus -velho e apertado como sempre- e de repente aparece uma mulher berrando ao celular, xingando o marido, amaldiçoando sei lá quem. O outro energúmeno (Cf. Aurélio) grita feito um desesperado, discutindo com um colega de trabalho aonde vão tomar uma "gelada" no final do expediente. Uma morena com os peitos de fora briga com o namorado e manda ele pastar (!). E por aí temos "ao vivo" armações de barracos os mais diversos. Todo mundo fica sabendo da vida de todo mundo.
Então, gentes boas, nada de secreto existe mais. O "privado" (e em certos casos até a privada) tornou-se público. Aquela coisa da "conversa ao pé do ouvido" tende a desaparecer. Ao pé do ouvido só o celular! E o que se diz todo mundo ouve. Assim, o celular "democratizou" de vez as esquisitices, os traumas, as intimidades amorosas e sexuais, os sentimentos mesquinhos que cada um de nós possuimos, as porcarias que antes guardávamos a sete chaves, ou no máximo dividíamos com poucas pessoas ao nosso redor, etc. Definitivamente, tudo indica que todos (ou quase todos) estão perdendo a vergonha e boa parte deseja mesmo é se exibir (que nem no BBB).
Tudo isso me dá saudade dos velhos tempos, tempos em que minha vida particular só interessava a mim mesmo e mais ninguém!
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