quinta-feira, 10 de novembro de 2011

'FICHA LIMPA"

O STF, Supremo Tribunal Federal, deveria ter julgado ontem, quarta feira, a já famosa "Lei da ficha limpa", que fecha a porta dos cargos eletivos aos candidatos com "ficha suja" (e olha que tem candidato por aí mais sujo do que pau de galinheiro, não é mesmo?...). Disse "deveria", mas o Ministro Joaquim Barbosa "pediu vistas" no processo, ou seja, sua excelência quer dar mais uma olhadinha na papelada antes de proferir (ops!) o seu juízo. Desse modo, o julgamento fica pra depois de não sei quando.
Como todos sabem (talvez), a "Ficha limpa" foi um projeto de iniciativa popular, isto é, não nasceu da cabeça de nenhum parlamentar, deputado ou senador. Muito menos foi o resultado do  "loby" de um determinado grupo social  (ruralistas, evangélicos, empreiteiros, etc.) interessado tão somente no sucesso dos seus negócios (ou negociatas). Foi o povo que foi pras ruas e gritou: chega de bandidos travestidos de governadores, prefeitos, vereadores, deputados, etc.
E por ser assim, um projeto que veio das bases populares, por si só já mereceria o respeito de toda a nação, sobretudo dos senhores magistrados. Eu não diria que eles (e elas) estão desrespeitando, mas acredito que não estejam dando a devida atenção que a lei merece. A discussão até agora se deteve nas filigranas (ops!) da lei, no formalismo da letra, sem considerar o seu alcance histórico e a sua relevância para o exercício da política e do poder no Brasil. 
Por Deus, quero continuar acreditando na seriedade e no compromisso da nossa suprema corte para com os destinos do país. É evidente que a "Lei da ficha limpa" não resolve todos os problemas seculares da nossa cultura político-eleitoral, repleta dos  vícios já conhecidos (compra de votos, currais eleitorais, etc.). Isso passa por um processo de educação política que deveria começar lá atrás, no período de alfabetização das crianças. Mas, de qualquer maneira, considero que a lei ajuda e ajuda bastante. É o mínimo que neste momento o povo pode exigir e o STF tem o dever legal e sobretudo moral de atender. 

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