A greve continua. Grande parte dos funcionários dos Correios e dos bancos, sobretudo os oficiais, ainda estão de braços cruzados. Patrões e empregados conversam de lá, conversam de cá, mas não chegam a um acordo. a Justiça Trabalhista, com a sua morosidade de sempre, marca audiências e nada se resolve. Enquanto isso, pra variar, o povão sofre nas filas imensas que se formam todos os dias nas lotéricas. Quem quiser pagar contas ou fazer depósitos, por exemplo na Caixa Econômica Federal (êta banco vagabundo esse!), tem que enfrentar a maratona de ficar uma ou duas horas na fila. E ainda bem que existem as casas lotéricas!
Ninguém duvida das razões nem questiona o direito que todo trabalhador tem de fazer greve. Mas quando se trata de serviços essenciais como é o caso dos Correios, dos bancos, do transporte público, dos serviços de saúde, da segurança, etc. trabalhadores e patrões deveriam tentar esgotar todas as possibilidades de diálogo e de consertação (ops!) para evitar que o País fosse prejudicado. Sim, porque ao contrário do que pensam os sindicalistas, com a greve todo mundo perde, mas quem perde mais é o povão, uma vez que a corda quebra sempre do lado mais fraco, é claro.
No momento em que se fala tanto de reforma politica, talvez fosse oportuno discutir também o papel dos sindicatos. Não dá mais pra aceitar a forma como se faz sindicalismo no Brasil. Virou uma farra! Ser diretor de sindicato hoje em dia é uma profissão, e muito bem remunerada por sinal. Recolhe-se um dia de salário de cada trabalhador, sindicalizado ou não, e nunca se sabe aonde vai parar tanto dinheiro. Então, parece que organizar a greve, fazer greve é a função principal. É como se a greve fosse o motivo pelo qual existe o sindicato "da categoria". Fora disso não se pensa em mais nada.
Repito, não sou contra a greve enquanto direito legítimo do povo trabalhador. Porém, sou contra uma certa "banalização da greve" que acontece nos dias atuais. A greve historicamente sempre foi o último dos últimos recursos, quando se esgotavam todas as possibilidades de diálogo. Fazer greve no início das negociações não é justo. Se os sindicatos existem apenas e tão somente para isto, aí então é preciso pensar numa profunda reforma. O povo trabalhador quer ganhar salário justo e quer ver a ampliação dos seus direitos, coisas que nem sempre esse tipo de greve banal consegue. Muito menos o sindicalismo como profissão.
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