Um oficial da Polícia Militar, comandante de um batalhão aqui em Brasília, resolveu participar de um "raly". Até aí tudo bem, nada de mais. Acontece que o carro, desses 4X4 que custam uma pequena fortuna, pertence ao batalhão, ou seja, o supra citado comandante queria fazer sucesso e pousar de atleta rodando pelas estradas esburacadas e desafiando a natureza a bordo de um veiculo do governo. E o combustível certamente seria custeado (ops!) também pelo erário (ops!) público. A sorte (nossa) foi que alguém desconfiou do carro todo "adesivado" para o raly e denunciou ao "Correio Braziliense". Palmas para quem denunciou e para o jornal também pela coragem de publicar.
Voces se recordam do velho coronel Sarney, amigo do Lula desde criancinha, que recentemente usou um helicóptero do Governo do Maranhão para se deslocar até sua ilha particular?. Depois que foi pego "com a boca na botija", ou seja, com a bunda no banco do aparelho voador (ops!), declarou em alto e bom som, pra todo mundo ouvir, que isso faz parte da "liturgia do cargo" e que ele, na qualidade de Presidente do Congresso Nacional, tinha direito a essas e outras mordomias oficiais. O caudilho maranhense quase que dizia assim: "não é que eu queira não, mas como sou um homem importantíssimo para o Brasil, sou obrigado a aceitar esse tratamento diferenciado".
Já comentei aqui neste blog a questão da desfarçatez (ops!) e mesmo da cara-de-pau com que os nossos dirigentes, em qualquer que seja o escalão, usam as coisas públicas como se privadas fossem. Este é o caso do coronel da PM de Brasília. O que este coronel fez foi apenas repetir um comportamento anti-ético (e muitas vezes criminoso) que desde Pedro Álvares Cabral é praticado nessas terras tupiniquins. O conceito que se formou ao longo dos séculos neste país é este: quem toma conta das coisas que pertencem ao estado pode usar e abusar delas, inclusive para uso privado, familiar, etc.
Agora voces poderiam me perguntar: e daí? O Sarney, o coronel e tantos mais, serão punidos por se apropriarem da coisa pública e usarem em benefício próprio? É claro que não! Enquanto o Brasil for o país do "jeitinho", das "confrarias" e das "bases aliadas", nada vai ser apurado, e ser for apurado o resultado será o arquivamento. E se houver CPI acabará em pizza, que é o prato que os nossos parlamentares mais gostam.
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