Quem vive em Brasília já se acostumou com as passeatas, as marchas, os protestos na Esplanada dos MInistérios e nos arredores do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. São lavradores, donas de casa, estudantes, operários com os seus sindicatos e demais organizões da chamada sociedade civil. Da janela do meu escritório observo o povo gritando e de alguma forma me sinto participante também.
Na última quarta feira uma marcha em particular me chamou a atenção e me fez pensar. O protesto recebeu o nome de "Marcha da família" e reuniu centenas de pessoas ligadas a diversas igrejas evangélicas, ou pelo menos um bom grupo delas, uma vez que hoje em dia é muito difícil saber quem são e muito menos quantas são as denominações. O objeto precípuo (ops!) do protesto, até onde pude saber, era o Projeto de Lei de autoria da Senadora Marta Suplici que criminaliza a homofobia, palavra, aliás, que pouca gente sabe o que de fato significa mas que todo mundo verbaliza com "amplo conhecimento" já que está na moda, "na crista da onda", como os jovens falavam antigamente.
Não quero entrar aqui no mérito da questão, ou seja, se o objetivo do protesto dos "crentes" era justo ou não. O que me chamou a atenção foi o fato de que essa parcela da sociedade foi às ruas para mostrar o que pensa e o que quer. Fiquei a recordar, então, que num passado não muito distante a Igreja Católica era a protagonista nas manifestações senão de tudo o que a sociedade reclamava, mas pelo menos de uma boa parte. A Igreja catalizava, digamos, uma significativa parte do conjunto dos anseios populares dos operários e do povo do campo e outros setores através de sua rede de comunidades, pastorais, movimentos como a CPT, a P.O. (Pastoral Operária), etc. Que saudade de homens valentes como Dom Helder, Dom Luciano Mendes de Almeida, Dom Paulo Evaristo Arns, e outros tantos bispos que marcaram a vida do povo brasileiro!.
Seja lá o que for, é bom, é salutar que o povo vá para as ruas. Ao sair das igrejas e ganhar as ruas desse país, os evangelicos também estão oferecendo a sua contribuição para a construção de um Brasil melhor. Um Brasil melhor se fará não somente através do voto, mas também com o exercício da liberdade de expressão, com o didadão e a cidadã levantando a sua voz para dizer que não estão satisfeitos. Ficar calado não vai resolver nada. Pelo contrário, o silêncio e a omissão são os pi ores inimigos da democracia, sem dúvida.
BOM FIM DE SEMANA PARA TODO MUNDO !
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