O Presidente Hugo Chavez esteve visitando Brasília ontem. Durante o tradicional "beija-mão" das autoridades, o mandatário desejou "força" ao Ministro Antonio Palocci, envolvido, como todo o Brasil sabe, em grossos escândalos. O gesto ganhou destaque na grande mídia e suscitou comentários os mais diversos.
Creio que é bastante sintomático esta manifestação de solidariedade por parte de Chavez. Ora bolas, ninguém empresta o seu apoio se não tem um mínimo de simpatia pela pessoa apoiada. Existe, diria, alguma concordância entre ambos. Sim, porque os laços que unem o nosso guru Lula da Silva e o presidente venezuelano são bastante sólidos. Uma vez apoiando Palocci o guru dos brasileiros se sente apoiado também.
Essa coisa de "partido de esquerda" seria o traço de união entre os "Bolivarianos", comandados com mão de ferro por Hugo Chaves, e o PT. Mas é claro que essa conversa ninguém mais engole. Assim como os petistas, os "chavistas" também se meteram em corrupção, embora em menor escala, ao que se sabe. Chavez odeia os jornalistas que não lhe dão apoio, tal qual o nosso ex (?) Presidente Lula. Na Venezuela os partidos de oposição foram comprados ou simplesmente perseguidos. Por aqui os poucos e fracos políticos que ainda fazem oposição ao governo estão em fase de extinção. Claro que na Venezuela a situação é bem pior. Por lá existem jornalistas presos e meios de comunicação simplesmente esmagados. Mas nem por isso devemos acreditar que estejamos vivendo uma democracia maravilhosa no Brasil.
Não vou aqui me aprofundar na questão, mas gostaria apenas de ressaltar esta sintonia entre Chavez e os petistas, que aponta para a crise de identidade da esquerda latinoamericana. Digo crise de identidade porque acredito que apesar dos belos discursos que ainda ouvimos de vez em quando, já não se pode afirmar que o socialismo é uma alternativa viável. Neste sentido estamos todos decepcionados e descrentes, uma vez que todos os sonhos construídos com suor e lágrimas acabaram neste show de picaretagem e banditismo que estamos assistindo agora.
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