Uma das discussões mais acirradas entre os parlamentares aqui em Brasília é a questão do sigilo dos documentos oficiais do governo. Tem muita sujeira debaixo dos tapetes e carpetes dos gabinetes palacianos. É natural, portanto, que os mandatários do passado (os que ainda estão vivos, claro) se preocupem e até se movam para impedir que sejam abertos os arquivos porque aí muitos cadáveres resurgiriam do pó e a história seria outra com certeza. As falcatruas cometidas, os assaltos aos cofres públicos, as decisões erradas, etc., seriam de repente, não mais que de repente, jogados ao vento, com toda podridão que se possa imaginar.
Tudo bem, então, que os militares e quem governou (ou desgovernou...) o Brasil de lá para cá seja contra a abertura ou a publicização dos documentos oficiais. Repito, esta postura é perfeitamente compreensível. O que me supreende é que os dirigentes políticos do presente estejam também preocupados e façam gestões para impedir ou pelo menos atenuar ao maximo esta abertura. Qual é o interesse do PT=PMDB em continuar escondendo da população os "segredos" guardados nos arquivos do governo? Por acaso teria sido feito um acordo, alguma espécie de aliança do tipo "eu escondo os seus erros e voce promete, mais tarde, esconder também os meus?". Talvez eu esteja delirando, mas o povo brasileiro sabe por experiencia que por aqui tudo é possível!
O Brasil está cansado da corrupção, da impunidade e dessa esculhambação ampla, geral e irrestrita que começou com a invasão pelos portugueses e continua até os dias de hoje. Tempos atrás ainda restava uma esperança na forma de estrela em nossas bandeiras vermelhas de raiva, tingidas pelo sangue de tantas pessoas que lutaram e deram suas vidas para que o país mudasse. Desgraçadamente (como dizem os espanhóis) a estrela caiu e com ela se foi nossa esperança também.
Quem não deve, não teme, e se deve tem que pagar! Abrir os arquivos é dever do Estado, e esse governo, eleito pela maioria do povo brasileiro, tem legitimidade para faze-lo. Só não faz porque tem medo, ou então tem compromissos impublicáveis com a bandalheira de ontem como de hoje.
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