No feriado de ontem, quinta feira, peguei a estrada e fui conhecer a Cidade de Pirenópolis, no Parque Estadual dos Pirineus, em Goiás, não muito longe daqui de Brasília, apenas e tão somente 150Km.
Pirenópolis foi construída no século XVIII para abrigar garimpeiros vindos de todo lugar. O casario é muito simples, não há muitos sobrados, não tem muitas igreja, muito menos aquele exagero do estilo barroco que se derrama sobre as ruas e vielas de Ouro Preto. Mesmo quem não é especialista percebe logo de cara, ao entrar na cidade, que o estilo da arquitetura de Pirenópolis é diferente das cidades históricas de Minas Gerais, embora guarde alguma semelhança, é claro.
O que me chamou a atenção foi o estado de conservação das casas. E o conjunto não é pequeno não. O casco histórico é bastante grande e ocupa uma área igual ou superior, creio eu, por exemplo, a Congonhas do Campo ou Sabará, MG. Mas, ao contrário destas cidades, aliás, da maioria das cidades históricas que (ainda) temos no Brasil, Pirenópolis apresenta ao visitante um quadro bastante bom em termos de limpeza e manutenção dos seus prédios e monumentos. Digo isso porque quem conhece, de fato, Salvador, Minas Gerais, São Luís, etc., sabe que o patrimônio histórico brasileiro vive caindo aos pedaços. Quase todo dia desaba um casarão, e com ele lá se vai a nossa memória também. As cidades coloniais não recebem recursos para se manter, apesar de ter sua principal fonte de renda no turismo, o que é, sem dúvida, uma enorme incoerência.
Ao andar displicentemente pelas ruas, becos e vielas desta lida cidade do interior de Goiás, o visitante pode saborear a beleza de suas construções sem ter que se preocupar se um pedaço de parede vai cair sobre a sua cabeça. Isso reforça a tese de que o turismo precisa ser incentivado não apenas com o apoio da propaganda, mas sobretudo através de investimentos naquilo que realmente atrai as pessoas, ou seja, na conservação e melhoria das cidades. De que adianta dizer que Salvador é uma cidade linda se o conjunto do Pelourinho está abandonado, entregue literalmente aos ratos e baratas? Ora, de sujeira e depredação ninguém gosta!
Termino este comentário com uma observação sobre a questão dos preços. Voltando de Pirenópolis achei a resposta que procurava sobre o por quê que a classe média brasileira adora viajar para o exterior. É simples: hoje em dia sai mais barato pegar um avião e se mandar para outro país do que fazer turismo em nossa própria terra. Aqui no Brasil os empresários do turismo se acham no direito de cobrar mais caro do que se cobra em muitas partes do mundo, como se fôssemos primeiro mundo, coisa que, aliás, pelo menos em termos de qualidade da infraestrutura, estamos muito longe de sê-lo!.
Até segunda feira !
E Viva São João !!!
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