Bom dia, boa tarde e boa noite meus amores!
Este nosso país tropical é muito engraçado mesmo. Vejam só: ontem o Supremo Tribunal Federal (STF), que, de fato, hoje em dia é quem decide o que deve ou não deve fazer o povo brasileiro, liberou oficialmente as manifestações populares que pedem a descriminalização (ops!) da maconha. Por outro lado, aliás, do outro lado (da praça), ou seja, na Câmara dos Deputados, resolveram abrir processo contra o Deputado Jair Bolsonaro, aquele que fala o que pensa e diz o que quer.
O argumento jurídico defendido pelo Ministro Relator e aprovado pela unanimidade do Tribunal foi o de que não se pode proibir ou cercear (ops!) o direito de expressão, quer dizer, o direito de qualquer pessoa falar o que pensa e dizer o que quer. Ora bolas, exatamente o mesmíssimo direito que Bolsonaro usou. Então, teríamos aqui a velha história consolidada no jargão popular, "dois pesos e duas medidas" ?
Pelo amor de Deus, não pense que eu estou aqui defendendo as grosserias desse militar. Todo mundo sabe que este senhor é um filhote da ditadura e que defende a pena de morte dentre outras barbaridades. Mas isso não anula o seu direito a expressar-se livremente. É claro que eu não concordo absolutamente com as suas idéias, mas defenderei sempre o direito que ele tem de expressá-las. Apesar dos pesares, o direito a livre manifestação das idéias não pode ser negado ao deputado nem a ninguém. Ou será que eu só deixo falar quem concorda comigo? Os opositores devem ser silenciados então?
A cada dia que passa o mundo vai se tornando mais aberto e mais pluralista. É bobagem (pra não dizer burrice...) querer impor censura ao pensamento. Para o bem ou para o mal, temos que aprender a conviver com as diferenças. Então, que se manifestem os defensores da "erva" e que se expressem livremente também os que são contra ela. Deixemos o Bolsonaro falar e o critiquemos com a mesma força, a força dos argumentos. Vamos usar nossa liberdade para dizer o que pensamos a respeito de qualquer coisa, mas sempre respeitando o direito dos nossos opositores fazerem extamente o mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário