Neste momento tão difícil da vida pública brasileira, com escândalos que explodem a cada minuto, faz falta um homem ou uma mulher que nos faça enxergar um fio de esperança que seja. Em meio a tanta desgraça, tanta roubalheira, tanta corrupção, quando o sujeito honesto sente às vezes até vergonha de sê-lo.... , como diria o grande baiano Rui Barbosa, é mais do que urgente acreditar em alguém.
O discurso do Ministro Ayres Brito, ao tomar posse na Presidência do STF, o Supremo Tribunal Federal, semana passada, talvez seja este fio de esperança, uma pequena luz que se acende no final desse tenebroso túnel político chamado Brasil. As palavras do jurista, ao comparar-se a garça que mesmo dançando na lama não se deixa elamear...ou se contaminar... com a sujeira, tem muito a nos dizer. O Presidente do STF fez uso de uma parábola, um inteligente recurso de retórica para dizer o é preciso ser dito, sem dize-lo textualmente. Parafraseando Jesus Cristo: "Quem tem ouvidos para ouvir que ouça!"..., ou na versão popular: "para bom entendedor meia palavra basta".
Então, a parábola de Ayres Brito pode servir de referência para refletirmos o contexto atual. A Justiça deve jugar com imparcialidade, mantendo-se o mais longe possível do grande mar de lama que invadiu quase todas as camadas da vida pública nacional. A preservação da dignidade, da honestidade e da honradez é o mínimo que os cidadãos e as cidadãs deste país esperam do Poder Judiciário. Qualquer coisa mal feita, qualquer passo em falso, qualquer deslize ético colocaria mais lenha na fogueira e o Judiciário cairia em descrédito. As consequências seriam fatais porque apagaria de vez aquele fio de esperança que ainda insiste em aparecer no horizonte.
Parabéns ao novo Presidente da nossa corte suprema. A ele vamos dar um voto de confiança. Que Deus o proteja e lhe dê coragem para garantir a sobrevivência deste fio de esperança no Brasil, este Brasil tão grande e tão bonito, mas também tão cheio de políticos pequenos e feios por dentro.
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