A imprensa internacional traz a notícia de que o terrorista que matou quase uma centena de pessoas na Noruega, a poucos dias atrás, ficará preso numa cadeia moderníssima, um presídio diferente em tudo, sobretudo no tratamento dado aos presos, com vistas a sua recuperação. De fato, quem viu algumas cenas pela TV percebe que aquilo lá mais parece um hotel cinco estrelas. Até eu gostaria de passar uns dias naquele aprazível local... e de graça, por que não?
Mas, deixando de lado a brincadeira, todo mundo sabe que no Brasil cadeia, em primeiro lugar, foi feita para os três famosos "pês", ou seja, pobre, preto e puta! Depois, o sistema prisional brasileiro, longe de recuperar qualquer pessoa, serve mesmo é para piorar quem quer que seja. As delegacias, as casas de detenção e os presídios tornaram-se verdadeiras "universidades do crime", algumas, inclusive, com pós-graduação de altíssimo nível. O bandido quando deixa a prisão só pensa em cometer crimes ainda maiores e mais violentos, uma espécie de vingança contra a sociedade.
Por mais desumanos que sejamos, não podemos consentir que o estado proporcione aos presos um tratamento pior do que o que se dá aos animais.
Infelizmente, porém, muita gente pensa que tratando assim os criminosos estaremos resolvendo o problema da violência. Muito pelo contrário, isso não vai solucionar coisa nenhuma. Os efeitos da selvageria praticada contra quem cometeu algum tipo de crime mais cedo ou mais tarde se farão sentir na forma de outros crimes ainda mais violentos e cruéis. "Dar o troco", como se dizia antigamente, é uma política absolutamente inócua (ops!) e estúpida, burra mesmo.
Não estou defendendo aqui que se dê aos presos no Brasil tratamento semelhante ao da Noruega, também porque boa parte da nossa população vive em situação degradante, não muito diferente daquela que encontramos nos presídios. Entretanto, se quisermos realmente diminuir os índices de violência, temos que começar a reformular o nosso conceito de punição. A cadeia deveria ser ao mesmo tempo um castigo mas também uma oportunidade para que o criminoso repensasse a sua vida e tivesse condições práticas de estudar, de aprender uma profissão, de executar um trabalho útil, etc, de forma que ao sair dali pudesse ser reintegrado à sociedade que ele ofendeu.
Desgraçadamente (como diriam os espanhóis) as elites brasileiras não estão nem um pouco interessadas no assunto, mesmo porque todos sabem que jamais serão jogados numa jaula de 10 metros quadrados com mais de cinquenta presos sujos e maltrapilhos... comendo literalmente o pão que o diabo amassou...
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