Fim de julho, fim do primeiro semestre, e é o fim da picada esse negócio de violência contra a mulher. Dentro do ônibus que me leva de casa para o trabalho, nesta manhã ensolarada mas friorenta de sexta feira, leio o "Correio Braziliense" (taxado com Z porque foi criado em Londres pelo Sr. Hipólito José da Costa em 1808, vejam, só!) e a sua manchete "A cada dia, 32 mulheres são espancadas em Brasília". Que absurdo minha gente!
Minha vó (que Deus a tenha em bom lugar porque aqui na terra tá mais ou menos...) sempre dizia que "em mulher não se bate nem com uma flor", mas, a julgar por esse comportamento truculento dos machões do Distrito Federal, no "sexo oposto" deve-se bater com cabo de vassoura, porrete, chicote, arreio de couro, facão e o diabo a quatro! Os conflitos conjugais são resolvidos na base da porrada mesmo.
Não sou "expert" no assunto, mas acho que vale a pena lembrar que o machismo deita (ops!) suas raízes na nossa multi-secular cultura de origem ibérica. Já no tempo dos nossos colonizadores era desse jeito. A mulher sempre ocupou o seu devido lugar, ou seja, na cozinha de dia e na cama à noite. Ela exercia dupla jornada de trabalho na "qualidade" de cozinheira, lavadeira, faxineira, babá e objeto sexual. Agora, o homem, tido e havido como o "sexo forte", tranquilamente trabalhava apenas um expediente. E dava as suas "escapulidas" com as amantes, pra variar um pouco, por pura diversão que ninguém é de ferro, afinal.
Algumas coisas mudaram no século XX principalmente. A mulher foi para a rua (no bom sentido...) em busca de trabalho e mais do que isso, a procura de espaços na sociedade. O final dessa luta titânica (ops!) por respeito e dignidade, porém, parece que ainda está longe de acontecer. Por mais direitos que ela tenha alcançado muito ainda precisa ser feito para que a mulher possa ocupar, de fato, o lugar que merece. Ainda existe uma enorme distância a ser percorrida. "A luta continua" (pra recordar o PT quando ainda era PT)
Termino, então, esta semana, lançando o meu grito de protesto contra todos os machões deste país. Senhores maridos, amantes, "ficantes", filhos, irmãos, etc, aprendam uma coisa: mulher precisa de carinho, respeito, atenção. Mais, muito mais do que isso: mulher, toda mulher, rica ou pobre, loura ou morena, gordinha ou magricela, caladinha ou faladeira, linda ou horrorosa, casada ou solteira, deveria ser objeto mesmo de DEVOÇÃO !