Quem é que defende os empobrecidos, os mais lascados, o "Zé ninguém" que vive à margem da sociedade? Amanheço o dia de quarta feira aqui em Brasília me fazendo esta grave pergunta. É que ontem a noite me pus a escutar o rádio, como sempre faço quando estou em casa, e debaixo do chuveiro habitualmente.
A notícia que tem tomado conta da imprensa local é a morte do filho do presidente da EMBRATUR, Empresa Brasileira de Turismo, o político do Maranhão Flavio Dino. O garoto foi hospitalizado às pressas na noite da ultima segunda feira e faleceu na madrugada de terça em um dos tantos hospitais particulares que existem no Distrito Federal. Acontece que ninguém sabe o que aconteceu ao certo... mas o paciente morreu e agora a família acusa o hospital de negligência, pois tudo indica que o atendimento não foi lá essas coca-cola toda... E reparem que se tratava de um paciente especial, filho de uma autoridade federal, etc e tal... com grana no bolso e prestígio nacional. Este, aliás, é o segundo caso este ano. Logo no começo de 2012 um funcionário público federal do segundo escalão (não é pouca coisa não...) também veio a óbito (ops!) porque os hospitais privados se recusaram a atende-lo só porque estava sem a carteirinha do plano de saúde em mãos.
É por essas e outras que eu me ponho a pensar e a me perguntar aflito: se isto acontece com gente das elites brasileiras, o que será da pobreza? Alguém é capaz de imaginar como é que o povão é atendimento nos hospitais públicos? Nos particulares só com plano de saúde e olhe lá! A verdade nua e crua é que quem depende apenas e exclusivamente do SUS em boa parte dos casos TÁ FERRADO! Pode encomendar o caixão. Nos dois casos que citamos a imprensa deu em cima e o estardalhaço talvez resulte em alguma punição aos hospitais mercenários e incompetentes. Porém, quando se trata de gente pobre, muitas vezes fica o dito por não dito, o feito por não feito, e a esculhambação continua.
Esta é a saúde que temos, muito embora o Governo Federal apregoe (ops!) por aí que a saúde vai bem... (lembram-se da fala do LULA outro dia?) o diabo é quem se dispõe a ir pra porta de um hospital público hoje em dia. Melhor é seguir direto pra funerária, entrar num caixão e esperar sua hora chegar.