Ontem, segunda feira, o jornal "Folha de São Paulo" publicou uma entrevista com o presidente da Embratur, Empresa Brasileira de Turismo, o Sr. Flavio Dino, do PC do B do Maranhão. O homem falou sobre a importancia do turismo enquanto atividade economica e seus reflexos positivos para qualquer país que pretenda ser grande e rico. Sobre isso ninguém tem dúvida, é claro. Também reclamou da falta de incentivos fiscais, coisa que, aliás, todo empresário, todo dirigente e todo político faz questão de colocar. Na ausência de competência para se estabelecer, todo mundo apela para os tais dos "incentivos" governamentais, ou seja, uma "mãozinha" do governo. O diabo é que essa "mãozinha" significa mais dinheiro retirado do nosso bolso, o bolso furado de cada um de nós, os pobres mortais pagadores de impostos.
Hoje, terça, acordei, como de cosutme, ouvindo o rádio. Eis que a Band News FM apresenta uma pesquisa mostrando a carestia do turismo interno no Brasil. Tudo, tudo é mais caro! Os valores das passagens aéreas, hotéis, taxi, restaurantes, bares, passeios, etc... extrapolam e abusam da boa vontade (e da inteligência) das pessoas. Tomar um simples cafezinho em qualquer aeroporto, por exemplo, custa em média R$ 4,00 o que dá para comprar um quilo do famoso pó. Por isso, não é a tôa que milhares de conterrâneos deixam diarimente o país em busca de outros destinos (e outros preços...). Qualquer operador de turismo honesto sabe que é melhor fazer turismo lá fora do que aqui dentro. Além do mais, em boa parte das nossas cidades turísticas como Rio, Salvador, Recife, e outras praças, paga-se caro por serviços nem sempre de primeira qualidade. Muito pelo contrário! Serviços de terceiro mundo com preços de primeiro.
A Copa do Mundo será realmente um grande teste. Além dos belos estádios construidos a peso de ouro, o que iremos mostrar aos visitantes? Cidades mal conservadas, transporte público precário, aeroportos sucateados, pessoal despreparado e... preços na estratosfera! Pagaremos um verdadeiro mico?
Não quero ser pessimista, mas acredito que enquanto o empresariado brasileiro pensar o turismo desta forma que eu chamaria predatória (o que importa é o lucro exorbitante), o Brasil, apesar de tantos atrativos maravilhosos, não irá deslanchar esta atividade. Vamos continuar perdendo dinheiro e afastando cada vez mais os viajantes. O bonde da história mais uma vez vai passar e a gente vai ficar com cara de besta na estação.